Em visita conjunta ao Passeio do Mindu, área de lazer e prática de atividades físicas localizada na zona centro-sul de Manaus, o titular da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), coronel Vinícius Almeida; e o vice-prefeito da capital, Marcos Rotta, avaliaram as melhorias estruturais a serem executadas no local. Os trabalhos de revitalização serão feitos pela mão de obra carcerária do programa “Trabalhando a Liberdade”.
O Governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus iniciaram ontem (18/03) as tratativas para alinhar a parceria, que vai render ocupação aos encarcerados do sistema prisional e ao público do regime semiaberto. Na visita de hoje, foram identificadas as principais frentes de trabalho, que devem iniciar na próxima semana, com 60 encarcerados do regime fechado.
“A gente veio aqui hoje fazer uma fiscalização para verificar as principais necessidades, a ideia é entregar isso aqui totalmente revitalizado. Temos aqui diversos problemas identificados, desde calçadas quebradas, falta de pintura em várias áreas, podagem, limpeza, tudo isso vai ser executado. A cidade de Manaus vai ganhar uma área nova, digna de receber as famílias, como todo dia vêm aqui fazer a sua caminhada, sua corrida, as crianças brincarem, trazer seus pets. Vai ser uma área incrível para utilização de todos nós”, ressaltou o secretário de Administração Penitenciária.
O vice-prefeito de Manaus, Marcos Rotta, destacou a união de esforços entre o Governo do Estado e o poder público municipal. “Nós estamos vivenciando, neste momento, algo inédito e histórico para a administração pública. Hoje o sistema prisional, sob o comando do coronel Vinícius, está sob uma nova ótica. Os presos estão, cada vez mais, se especializando em diversas áreas, e essa mão de obra técnica, qualificada e profissional que nós estamos precisando no município”, enfatizou Rotta.
Os trabalhos no Passeio do Mindu servirão como piloto para que, posteriormente, a parceria se estenda a outras obras e espaços municipais. Os reeducandos deverão trabalhar na recuperação de canteiros da cidade, com serviços de paisagismo e reposição de meios-fios, na produção de blocos e peças de concreto, em serralheria e outros.
‘Trabalhando a Liberdade’ – O projeto de ressocialização iniciou em 2019, quando cerca de 20 internos realizavam trabalhos para obter remição de pena (redução do tempo de privação da liberdade). Atualmente são mais de 1.200 internos no programa.
Em 2020 a Seap expandiu o programa e aumentou em 803% o número de apenados trabalhando de forma remunerada. No último ano, a pasta viabilizou a contratação da mão de obra de 325 detentos contra 36, em 2019.
Desde a criação, em 2019, o “Trabalhando a Liberdade” já gerou uma economia ao estado de aproximadamente R$ 7 milhões, com o uso da mão de obra carcerária em serviços de reformas e manutenções dentro e fora do ambiente prisional.
“Esse pessoal foi totalmente qualificado, e hoje o Estado dá oportunidade de remição e também dá um retorno à sociedade, que tanto cobrou que os internos pudessem trabalhar para, assim, dar um retorno daquele investimento que é feito neles, seja pelo custo diário de manutenção dele no sistema, seja pela qualificação profissional, que hoje, verdadeiramente é executada pelo estado do Amazonas”, acrescentou o secretário titular da Seap, coronel Vinícius Almeida.