Com o objetivo de mobilizar as prefeituras de Atalaia do Norte, Benjamin Constant e Tabatinga para a construção de um plano intermunicipal de gestão de resíduos sólidos, uma equipe da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), cumpre uma agenda de dez dias na região do Alto Solimões. A iniciativa prevê ainda a articulação do projeto InovaSocioBio junto à usina de beneficiamento de castanha de Amaturá, e o monitoramento das ações locais do Parque Floresta Alto Solimões.
As agendas são lideradas pelo Núcleo para o Desenvolvimento e Integração da Faixa de Fronteira do Estado do Amazonas (Niffam), sob a coordenação da Secretaria Executiva de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti) da Sedecti. As agendas ocorrem até o próximo dia 20 de maio na região do Alto Solimões.
A primeira programação acontece com as reuniões da “Agenda Câmara Técnica de Resíduos Sólidos Transfronteiriços – Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte”, nas quais a equipe técnica do Niffam se reunirá com os prefeitos dos referidos municípios, a fim de mobilizar a Câmara Técnica de Resíduos Sólidos Transfronteiriços. Essa Câmara se encontra em andamento e tem como foco gerar soluções claras para os resíduos sólidos na faixa de fronteira, com a possibilidade de um consórcio intermunicipal para a gestão dos resíduos sólidos.
A secretária executiva da Secti, Tatiana Schor, destaca que as ações têm como meta mobilizar os prefeitos, secretários municipais de Meio Ambiente e de Educação desses municípios e que conta ainda com o apoio do Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam) para as ações naquela região.
“Contamos com uma atuação muito forte nas Câmara Técnicas de Resíduos Transfronteiriços para um dos grandes problemas na região do Alto Solimões que são os resíduos sólidos, como é o caso resíduos que vêm da cidade de Islândia (Peru) e seguem pelo rio para o município de Benjamin Constant. Existem lixões sem controle e, por isso, estamos com essa ação em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) para tentar encontrar soluções para essa questão”, destaca Schor.
Tatiana reforça ainda que existe uma articulação da Sedecti junto ao Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e também com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) para tentar melhorar a questão dos lixões nesses três municípios (Tabatinga, Benjamin Constant e Atalaia do Norte).
“Essas reuniões com as prefeituras serão de grande importância porque iremos discutir um plano para encaminhar o problema dos lixões. Ainda nessa ação, contaremos com a cooperação do atual secretário da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Prefeitura de Manaus (Semmas), Antônio Ademir Stroski que já estava à frente do Grupo de Trabalho (GT) de resíduos sólidos Transfronteiriços, pela Sema, antes de assumir a pasta ambiental municipal”, revela a secretária da Secti.
Usina de castanha – A segunda agenda da equipe do Niffam na região é a do Projeto InovaSocioBio, que consiste na apresentação do projeto para os secretários de Meio Ambiente e de Produção Rural das Prefeituras de Benjamin Constant e Amaturá. A programação inclui também a articulação com gestores e lideranças da usina de beneficiamento de castanha-do-Brasil do município de Amaturá, que também faz parte da faixa de fronteira.
Em conjunto, acontecerá ainda a agenda de monitoramento das ações locais do Parque Floresta Alto Solimões (antigo Parque Tecnológico Alto Solimões) e a apresentação do InovaSocioBio para a equipe do Parque Floresta de Benjamin Constant.
O coordenador do Niffam, Thiago Franco, reforça que a visita à usina de beneficiamento da castanha em Amaturá também pretende identificar os principais obstáculos enfrentados pelos produtores locais.
“Vamos apresentar o Projeto InovaSocioBio e conhecer a usina de castanha do município de Amaturá. A ideia é nos aproximarmos dessa organização local que é a cooperativa e tentar entender um pouco como acontece a cadeia por lá. Será uma agenda de articulação intensa”, destaca o coordenador.
Fórum – A terceira agenda da equipe da Sedecti no Alto Solimões trata da articulação junto a uma organização de base de grande importância na localidade que é o Fórum de Desenvolvimento Sustentável do Alto Solimões.
“Nossa proposta é o fortalecimento desse Fórum e levar as possibilidades apresentadas aqui (Alto Solimões) por essa organização de base, além de tentar ajudar com apoio técnico para ativar os membros do colegiado do Fórum”, apontou Franco.
A última agenda da programação do Niffam no Alto Solimões trata do monitoramento do projeto Parque Floresta junto à equipe no município de Benjamin Constant.
“Vamos verificar o que de fato já foi realizado e fazer uma reunião com a equipe do projeto local. Também queremos saber sobre os principais desafios enfrentados pela equipe e propor soluções que venham ajudar na efetivação do projeto”, concluiu Thiago Franco.
Mudança de nome – A secretária executiva Tatiana Schor informou que o “Parque Científico e Tecnológico Alto Solimões” foi rebatizado como “Parque Floresta Alto Solimões”, visando dar uma identidade mais aproximada com a região do Alto Solimões.
“Mudamos o nome porque entendemos que se deve valorizar os saberes da floresta, das populações ribeirinhas e das populações indígenas, e fazer esse tipo de diálogo entre a ciência, a tecnologia e a inovação com os saberes locais. Estamos atuando para a instalação desse Parque na região e contamos com o apoio de instituições importantes como o Instituto Federal do Amazonas (Ifam), a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) de Tabatinga e da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) de Benjamin Constant”, explicou Tatiana.
O projeto do Parque Floresta é uma iniciativa da Sedecti, por meio da Secti, que coordena o Niffam. A iniciativa conta com o aporte de aproximadamente R$ 4,2 milhões em um convênio com o MDR, por meio da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) para a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) que mantém as ações nos municípios de Benjamin Constant e Tabatinga, próximos às fronteiras com Colômbia e Peru. A sede do Projeto funciona no Instituto de Natureza e Cultura (INC) da Ufam, em Benjamin Constant.
O Parque Floresta Alto Solimões tem como objetivo incentivar o ecossistema de inovação na região do Alto Solimões, localizada a sudoeste do estado do Amazonas. O projeto propõe contribuir para a criação de novos negócios, voltados principalmente para a geração de valor a partir do uso sustentável da biodiversidade da região, com desenvolvimento e comercialização de produtos de alto valor agregado, como biocosméticos, fitoterápicos e alimentos nutracêuticos, elaborados com insumos da Amazônia e com alta demanda de mercado no Brasil e no exterior.