Os cubanos votavam hoje, domingo(24), em um referendo constitucional que, na realidade, discute a vigência do socialismo em meio a fortes pressões dos Estados Unidos e com os olhos voltados para a crise na Venezuela, seu aliado mais próximo.
Mais de 8 milhões de cubanos foram convocados para a votação da nova Carta Magna, que deve substituir a de 1976.
O novo texto reconhece o mercado e o investimento privado e estrangeiro como atores em sua economia de linha soviética, mas sempre sob o comando do único e governante Partido Comunista de Cuba, e afirma que “apenas no socialismo e no comunismo o ser humano alcança a dignidade plena”.
A consulta acontece em meio à crise que atravessa o governo venezuelano de Nicolás Maduro.
“Cuba em pé pelo #Sim à #Constituição e ratificando o apoio à #RevoluçãoBolivariana e ao presidente Nicolás Maduro”, tuitou o presidente cubano Miguel Díaz-Canel.
Cuba faz campanha para tentar unir a comunidade internacional contra o que denuncia como “agressão militar dos Estados Unidos” contra o seu aliado.
“#Venezuela não está sozinha. #ManosFueradeVenezuela”, afirmou Díaz-Canel, para quem o sim é “um voto também pelo socialismo, a pátria e a revolução”, assim como a resposta de seu país às ameaças de Donald Trump.
Os colégios eleitorais abriram às 07H00 (9H00 de Brasília), e o fechamento está previsto para às 18H00 (20H00 de Brasília), mas os resultados oficiais preliminares só serão divulgados na segunda-feira à tarde.
Na segunda-feira, Trump afirmou em Miami que “os dias do socialismo e do comunismo estão contados na Venezuela, e também na Nicarágua e Cuba”, três países apontados como “a troika da tirania” pelo governo americano.
O governo cubano organizou uma campanha onipresente nas redes sociais e canais de televisão estatais – os únicos em sinal aberto – para obter a aprovação, com o uso da hashtag #YovotoSí, apelando ao patriotismo e questionando as posições contrárias.
A cédula de votação tem apenas uma pergunta “Você ratifica a nova Constituição da República?”, com opções para “sim” e “não”.
Ao contrário das tradicionais eleições que acontecem na ilha a cada cinco anos, nas quais os opositores defendem a abstenção, anulação ou voto em branco, desta vez fazem campanha pelo não.(Terra/IstoÉ)