O governador do Amazonas, Wilson Lima, visitou, hoje, terça-feira (20), as obras do Hospital do Sangue da Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Estado do Amazonas (Hemoam), na zona centro-sul de Manaus.
A construção da unidade iniciou em 2014, mas não teve continuidade porque os repasses de recursos da contrapartida estadual não foram feitos pelas gestões anteriores, chegando a ser totalmente paralisada em 2017. Com 15 mil metros quadrados e cerca de 50% de obras executadas, a previsão de entrega da estrutura é para 2020.
“Nós estamos visitando uma obra que, quando concluída, vai ser referência no atendimento de hematologia no Norte do Brasil. Hoje a estrutura do Hemoam funciona dentro do seu limite, atende, inclusive, além da sua capacidade. Mas faz isso tendo esse compromisso com o cidadão, tendo esse compromisso com o paciente. Quando assumimos o governo, apenas 30% dessa obra estavam concluídos. A gente já conseguiu avançar em torno de 15 a 20%. A expectativa é que no ano que vem nós possamos entregar esse prédio para aumentar essa capacidade de atendimento”, afirmou o governador.
O Hospital do Sangue vai triplicar a assistência hematológica e oncohematológica do Amazonas. “Há uma demanda muito grande para uma oferta pequena no Estado do Amazonas. Com a inauguração dessa unidade nós vamos, com certeza, resolver esses problemas de atendimento. A entrega desse prédio, que deve acontecer no ano que vem, é apenas uma etapa. Nós estamos trabalhando em outras frentes, na aquisição de equipamentos, na qualificação de profissionais, para que essa estrutura possa funcionar plenamente, com os equipamentos e com o pessoal”, destacou Wilson Lima.
Repasse de recursos – A retomada da obra foi possível graças ao primeiro repasse, nesta gestão, da contrapartida estadual desde que a obra foi iniciada, em junho de 2014. Em 2017 a obra foi completamente abandonada. O valor total do investimento na construção do hospital – onde os trabalhos foram reiniciados este ano após nova licitação – é de R$ R$ 39.821.126,44, com recursos de emenda federal já liberada junto à Caixa Econômica Federal e contrapartida do Governo do Estado.
“Nós sempre tivemos dificuldades com o repasse desses recursos. Agora, neste ano, a gente está conseguindo avançar com a obra de uma forma bastante significativa, porque estamos contando com esses repasses. Recebemos o primeiro e a obra, nesse período, conseguiu avançar bastante. Nós notávamos que não era prioridade, priorizavam outras questões e essa obra ficou sempre em segundo plano. Uma obra com um alcance social tremendo e não se dava o interesse necessário para isso”, lembrou Frank Rodrigues, engenheiro do Hemoam.
Ampliação do atendimento – O complexo contará, ao todo, com 190 leitos para o tratamento das doenças do sangue, como as leucemias e anemias falciformes e para atender pacientes oncológicos. Desse total, 157 são para internação e outros 33 destinados aos pacientes transplantados, emergenciais ou que necessitam de isolamento.
“A ampliação será de uma forma geral. Falando em internação, hoje nós temos, oficialmente, 26 leitos de internação, mas internamos mais do que 26 porque há necessidade. Então hoje nós temos em torno de 40 pacientes internados. No Hospital do Sangue nós vamos ter 157 leitos e vamos ampliar em torno de quase quatro vezes o número de leitos para esses pacientes. Também vão ser ampliados números de ambulatórios, vamos separar toda a parte infantil da parte de adulto, centro cirúrgico, vamos ter a UTI pediátrica e a UTI de adulto”, destacou a diretora-presidente do Hemoam, Socorro Sampaio.
A gestora enfatiza que, na nova unidade, também serão realizados transplantes de medula óssea, evitando que pacientes precisem ser transferidos para outros estados. “Realizando o transplante de medula óssea no Hospital do Sangue, nós vamos ter de imediato essas vagas para o nosso paciente e poderemos, também, atender outros estados, caso precise”, afirmou a diretora-presidente.
Com a conclusão do Hospital do Sangue, os pacientes em tratamento devem passar de 1.200 para quase 3 mil. A quantidade de consultas realizadas por ano vai passar de 26 mil para 78 mil.
Estrutura – O prédio principal terá quatro andares e comportará UTIs adulto e infantil, farmácia 24 horas, centro cirúrgico de média complexidade, central de diagnóstico por imagem e uma enfermaria exclusiva para o paciente transplantado de medula óssea. “Uma obra que vem se arrastando desde 2014 e nós, por orientação do governador e dentro do nosso plano de governo, estamos concluindo todas essas obras que estavam inacabadas e que não tinham nenhum plano de ter prosseguimento”, afirmou o secretário de infraestrutura, Carlos Henrique Lima.
O complexo também conta com um bloco destinado ao almoxarifado, outro para lavanderia e cozinha e mais um destinado à garagem e apoio. “A obra está completando oito meses de execução. A gente iniciou só com a estrutura de concreto, não tinha nada de alvenaria, piso. Hoje a obra está bem avançada, inclusive em partes de acabamento como cerâmicas, pastilhas, gesso acartonado, a pintura e o emassamento”, pontuou Aleixo Tinoco, engenheiro da construtora responsável pela obra.
O hospital está sendo construído atrás da Fundação Hemoam, numa parte do terreno que pertencia ao Hospital Psiquiátrico Eduardo Ribeiro e que, em 2011, foi cedido para a instituição. Parte dos equipamentos do novo hospital já foi comprada e está sendo entregue para a Fundação Hemoam. Após a inauguração do hospital, as instalações atuais da Fundação Hemoam continuarão funcionando com o setor administrativo, a coleta e distribuição de sangue, laboratórios de análises clínicas e o departamento de ensino e pesquisa.