O governador do Amazonas em exercício, Carlos Almeida, assinou, ontem, segunda-feira (09), com a Polícia Federal e o Instituto Nacional de Identificação, um termo de cooperação técnica que vai ampliar o poder de investigação das polícias contra organizações criminosas e de localização de pessoas registradas como desaparecidas. Articulada pela Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), a parceria colocou o Amazonas entre os 15 estados com acesso privilegiado aos sistemas de inteligência da PF.
A cooperação foi assinada, à tarde, durante reunião na sede do Governo do Estado, na Compensa, zona centro-oeste de Manaus, que contou com a presença do secretário de Segurança, coronel Louismar Bonates, do superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, do diretor do Instituto Nacional de Identificação, Brasílio Caldeira, e da deputada estadual Alessandra Campelo, entre outras autoridades.
Pela parceria, a SSP-AM e a Polícia Federal passam a compartilhar informações e sistemas de inteligência empregados em investigações sobre organizações criminosas de diversos ramos e também permitirá avanços nas investigações sobre casos de homicídio. Os sistemas são relacionados a armas de fogo e registros criminais, por exemplo.
“É um momento histórico no combate às organizações criminosas e ao crime de uma maneira geral. Há um problema grande com relação à identificação e essa cooperação permitirá mais recursos para localização de pessoas foragidas, como também a atuação daqueles que buscam escamotear o trabalho da própria polícia, criando identidades falsas em outros estados”, destacou Carlos Almeida.
Sistemas – Entre os sistemas de inteligência e identificação está o AFIS (do inglês Automated Fingerprint Identification System), da Polícia Federal, que permite a comparação de impressões digitais, inclusive de local de crime. Como parte da adesão, o Amazonas deve incluir no banco nacional 3 milhões de impressões digitais locais.
Conforme informações do Instituto Nacional de Identificação, o AFIS tem sido usado para localizar pessoas desaparecidas e também suspeitos de crimes, que mantêm identidades falsas em diferentes estados brasileiros. O banco já conta com 22 milhões de impressões digitais, e deve alcançar a cifra de 30 milhões em janeiro de 2020.
“Vai desburocratizar, dar rapidez às investigações criminais e combater o crime em todo o país. Além de outras ferramentas que também serão disponibilizadas em breve, o acesso a esse banco de dados será fundamental para o combate ao crime”, disse o secretário de segurança, coronel Louismar Bonates.
Combate às organizações criminosas – Na avaliação do superintendente da Polícia Federal, Alexandre Saraiva, uma das principais vantagens da parceria é no combate às organizações criminosas, com ganhos ao trabalho da PF e da Polícia Civil e Polícia Técnico-Científica do Estado.
“Organização criminosa não é só a que utiliza o narcotráfico, são também aquelas ligadas aos crimes ambientais, ligadas às fraudes em licitação, de crimes previdenciários. Isso é uma forma de atacar com mais eficiência. Com prova científica. Não existe no direito prova melhor que essa, que nos dá uma grande segurança de atuação