A diferença do Flamengo de 1981 para o vice de 2019: Zico

Zico(1981), seria a diferença para 2019/Foto> Estadão

No título mundial do Flamengo de 1981, o time contava com aquele que talvez fosse, à época, o principal jogador de futebol do planeta: Zico. Craque capaz de decidir um jogo com seus lampejos de gênio, que partia para cima do adversário e o deixava várias vezes sem ação, tal a rapidez e inteligência de seus dribles, meia-atacante que fazia muitos gols, de todos os modos possíveis, ou dava passes cirúrgicos para seus companheiros marcarem.
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Claro, Zico não jogou sozinho naquela campanha, coroada antes com a conquista da Libertadores. Era rodeado por uma seleção de talentos, incluindo Júnior, Leandro, Adílio e Andrade, só para citar alguns. Num exercício de ficção, poderíamos voltar no tempo e escalar Firmino, Mané e Salah no time do Liverpool de 1981. Ainda assim não seria suficiente para tirar aquele título do Flamengo.

Na decisão, disputada no Japão, o Flamengo, com um dos melhores times da história do futebol, mostrou-se soberano e venceu o Liverpool por 3 a 0, com dois gols de Nunes e um de Adílio ainda no primeiro tempo. Todos os gols tiveram a participação de Zico, eleito o melhor da partida.

Num salto na história, chega-se a Doha, no Catar, local da final do Mundial de 2019, novamente entre Flamengo e Liverpool e vencida pelos ingleses por 1 a 0, na prorrogação. Por mais técnico que seja o time carioca, no qual se destacam Bruno Henrique, Gabigol e Arrascaeta, não se pode compará-lo ainda com o de 1981.

No jogo derradeiro, no sábado (23), faltou Zico, ou quem o representasse. Alguém que dominasse a bola no meio campo e avançasse até a meta do Liverpool driblando todo mundo ou que com um toque de classe e uma visão de jogo rara, rolasse a bola com capricho para a finalização dos atacantes, pegando de surpresa a zaga inglesa. Não custa lembrar que os dois gols de Nunes em dezembro de 1981 surgiram assim, com lançamentos perfeitos de Zico.

Sem nenhum demérito a Everton Ribeiro, Arrascaeta, Gerson e Diego, todos de ótimo nível, mas, pelo menos por enquanto, dois ou mais degraus abaixo de Zico.(Terra/Estadão)