O governo brasileiro anunciou nesta quinta-feira a retirada de quatro diplomatas e uma dúzia de funcionários de sua embaixada e de alguns consulados na Venezuela, em um novo endurecimento de sua relação com o governo de Nicolás Maduro.
Segundo o jornal Folha de S. Paulo, a medida foi acompanhada de uma notificação ao governo Maduro, qualificado de “ditadura” pelo presidente Jair Bolsonaro, para que retire os diplomatas venezuelanos do Brasil.
O Itamaraty notificou a “retirada” dos diplomatas da embaixada e dos consulados em Caracas e Ciudad de Guayana, e do vice-consulado de Santa Elena del Uairén, na fronteira com Roraima, segundo o Diário Oficial.
Entre os diplomatas envolvidos estão o chefe da embaixada em Caracas, Rodolfo Braga, e a cônsul-geral na capital venezuelana, Elza Moreira Marcelino de Castro.
O Itamaraty também determinou a saída de onze funcionários, incluindo seis da embaixada e do consulado da capital.
A data da saída do pessoal não foi revelada.
O Brasil integra o grupo de cerca de 50 países que consideram ilegítimo o governo de Maduro e reconhecem o líder opositor Juan Guaidó como presidente interino.
O governo brasileiro também reconhece a embaixadora designada por Guidó no Brasil, María Teresa Belandria.
Nas últimas semanas, Maduro acusou Bolsonaro de arrastar das Forças Armadas do Brasil “para um conflito armado contra a Venezuela”, e realizou exercícios militares em meados de fevereiro.
O líder chavista se referia ao ataque realizado por militares desertores contra um destacamento da Força Armada venezuelana no estado de Bolívar, na fronteira com o Brasil, no dia 22 de dezembro. Após o incidente, cinco militares venezuelanos pediram refúgio no Brasil.(Terra/IstoÉ)