Plantar, regar, cuidar, colher. Os verbos são fundamentais para a manutenção do meio ambiente e, para os alunos da Educação Especial da Escola Estadual Diofanto Vieira Monteiro, representam, ainda, rotina. Todos os dias, quando eles chegam à escola, guardam seus pertences, pegam o regador e seguem para a horta de plantas alimentícias não convencionais (PANCs), onde dão todo seu amor para as plantinhas crescerem.
Para os estudantes da Educação Especial, é importante manter a rotina para que continuem em desenvolvimento. Com a suspensão das aulas, no entanto, a gestora e a equipe da Coordenadoria Distrital de Educação (CDE) 1 começaram a receber mensagens e ligações dos pais, que precisam de orientação de como manter o costume das plantas, já que os alunos sentiam falta.
A partir disso, a assessora de programas e projetos do CDE 1, Andrea Colaes, iniciou, com sua equipe, a produção de vídeos, nos quais explica o que é a educação ambiental e como é trabalhar com o meio ambiente, além de sugerir atividades que levassem os alunos a ter experiências similares àquelas têm na escola.
“Os alunos têm uma interação muito grande com as plantas, a mudança do comportamento é perceptível, eles adquirem mais responsabilidades. Então, temos passado essas atividades para eles entenderem a importância de cuidar do meio ambiente. Parece uma coisa simples, mas para eles é muito importante. Nossos alunos do Diofanto têm síndrome de down, autismo, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade e, com essas hortas, nós observamos que eles ficavam calmos e tinham prazer em fazer tudo isso. Agora, no isolamento, eles estão fazendo isso com a família e é muito legal”, diz Andrea.
O progresso citado pela assessora foi notado pela dona de casa Ruraci Targino. A filha dela, Niedja Carla Silva, tem 34 anos e paralisia cerebral leve. Ela conta que a jovem sente falta de ir à escola e de cuidar da horta, mas que, depois de receber os vídeos de orientação, passou a praticar os exercícios com ela.
“Tenho muitas plantas aqui no quintal e todo dia ela vai lá regar, fica cuidando comigo e com o pai dela. Ela gosta muito de colher cebolinha e chicória da horta, também gosta de tomar chá. A gente faz exercícios, caminha no quintal. A professora manda os vídeos, a gente vai seguindo como pode. A Niedja gosta muito de cuidar das plantinhas dela. Os cactos e as suculentas são os que ela mais gosta”, entrega a mãe.
Projetos – A CDE 1 focou, também, nas atividades ambientais com os alunos do Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) Jacira Caboclo e Paulo Freire. Eles estão fazendo desenhos que retratam a literatura e mostram a riqueza da fauna e flora do Amazonas.
“Fiz um vídeo falando da importância de preservar e amar nossas riquezas porque eu só vou preservar aquilo que eu gosto. Eu pedi para eles colocarem isso em forma de desenho e eles vão fazer em forma de livros, que, depois, serão encadernados e vamos expor aos pais e à comunidade escolar”, explica a assessora.