Bolsonaro lamenta mortes de policiais e diz que Congresso tem lei para mais proteção

Buscas realizadas no local do confronto/Foto>Divulgação

Em um vídeo que circulou nas redes sociais nesta terça-feira (04), o presidente Jair Bolsonaro lamentou a morte, em ação, dos policiais militares do Amazonas cabo C. Souza e do sargento M. Wagner, mortos durante um confronto na comunidade da Terra Preta, em Nova Olinda do Norte, ontem (03).

Outros dois policiais foram feridos, o tenente Molaiz, que levou um tiro no braço, e o cabo Rocha, baleado no pescoço. Durante a coletiva de imprensa que participa no Palácio do Planalto, Bolsonaro foi perguntado sobre as mortes e deu condolências às famílias e à Polícia Militar.

Bolsonaro

“Todo dia falece gente e gente do bem. Lamento as mortes e presto condolências a toda Polícia Militar e familiares. Precisamos dar mais proteção na retaguarda jurídica. Tem um projeto na Câmara sobre isso. Porque uma fração de segundos é a diferença entre a vida e a morte para esses homens”, disse o presidente.

A proposta a que se referiu Bolsonaro é o projeto de lei 6.326/19, que cria o Programa de Proteção e Assistência Social para integrantes das carreiras de segurança pública cuja vida ou integridade física estejam em situação de risco em razão do trabalho ou do local onde residam. A proposta tramita na Câmara dos Deputados.

Proteção

A proteção e a assistência serão oferecidas aos integrantes da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal (PRF), polícias civis, polícias militares, corpos de bombeiros militares, agentes penitenciários e socioeducativos, além dos familiares. De acordo com o texto, as medidas protetivas serão prestadas por meio da corporação a que pertencer o policial ou bombeiro, e envolvem ações, inclusive preventivas, de apoio físico, psicológico e material. As ações serão financiadas pelo Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP), mantido pelo Ministério da Justiça.

Entenda o caso

O confronto em Nova Olinda do Norte ocorreu com equipes da Companhia de Operações Especiais (COE) e do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, alvos de possível emboscada no rio Abacaxis. PMS.AM PAN

Uma operação policial, com cerca de 21 homens, na comunidade da Terra Preta, no rio Abacaxis, em Nova Olinda, terminou em tragédia. Dois policiais foram feridos e dois mortos ontem. Moradores – ou integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV) – haviam atirado num pescador. A polícia foi até lá para desarmar a comunidade, mas foi recebida à bala.

Nova Olinda

Em Nova Olinda, para onde os policiais foram levados, a população foi para a frente do hospital. Fala-se que cinco dos atacantes ficaram feridos no rio Abacaxis, mas essa informação não foi confirmada. O próprio superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Silva Saraiva, entrou em contato com a Secretaria de Segurança (SSP) oferecendo ajuda. A PF não estava envolvida, até então, na operação. “É uma questão de honra para nós não deixar passar isso em branco”, reafirmou o secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Louismar Bonates.

Resgate

O secretário determinou a adoção de todas as medidas para o resgate dos militares. Os dois policiais que ficaram feridos, um no braço e outro no pescoço, receberam os atendimentos médicos e estavam vindo para Manaus. Restam poucas dúvidas, para a polícia, de que se trata de integrantes do CV, tentando dar proteção aos produtores de maconha. Também há extração clandestina de ouro. A inteligência da SSP tem informação de que isso está ocorrendo em outros rios. “Não vamos mais permitir esse fechamento de rios e lagos por comunitários ou bandidos travestidos de comunitários. Eles que façam acordos de pesca e ajam dentro da legalidade. Receber pescadores a tiros não é algo que possamos tolerar”, disse Bonates.

Rio Abacaxis

O confronto no rio Abacaxis começou quando um grupo de pescadores foi rechaçado por ditos moradores, na semana passada. Um deles, o secretário-adjunto do Fundo de Promoção Social (FPS), do Governo do Estado, Saulo Moisés Rezende da Costa, foi alvejado no ombro. O grupo teve que retornar às pressas para Manaus e fez a denúncia do ocorrido no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP).

A partir daí, a SSP preparou uma ação das polícias Civil e Militar para ir até o local e desarmar os agressores. A operação, sigilosa, começou no amanhecer de sábado e culminou com a troca de tiros desta segunda (03/07). O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ayrton Norte, embarcou com reforço de pelo menos 30 homens para nova operação policial na região, nesta terça-feira (04/08).

Fonte: Portal Marcos Santos