O governador do Amazonas, Wilson Lima, recebeu, na tarde de ontem, quarta-feira (30), na sede do Governo do Estado, o procurador-chefe, em exercício, do Ministério Público Federal, Rafael da Silva Rocha, para uma reunião sobre a BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, em Rondônia, aonde discutiram o cenário atual da rodovia, os detalhes do projeto de recuperação e asfaltamento, a viabilidade da rodovia, a necessidade do estudo de impacto ambiental e de implantação de políticas públicas para proteger a floresta, e sobre as comunidades tradicionais e como desenvolver a região.
Também, participaram do encontro os secretários de Infraestrutura, Carlos Henrique dos Reis Lima, e de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, e o diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas, Juliano Valente.
Na última sexta-feira (25), a BR-319 foi fechada para o tráfego de veículos devido à falta de manutenção no trecho que vai do quilômetro 250 ao 655, conhecido como trecho do meio, que fica entre a capital Manaus e Humaitá, município do sul do estado. Além disso, as obras de manutenção, realizadas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), têm durado apenas o período de verão amazônico. É na estação chuvosa que a situação se agrava e a estrada fica intrafegável com um risco maior de acidentes.
“A BR-319 precisa sair do papel porque há anos ela vem sendo discutida e nada foi resolvido até o momento. Nós precisamos dar os passos certos, seguir pelo caminho correto para destravar o que é impasse e permitir que o Amazonas esteja ligado ao restante do país por uma estrada. A propósito, os trechos pavimentados, que já existem, precisam estar em boas condições. E nós vamos defender isso. Defender investimentos na rodovia. O Governo Federal pretende investir 100 bilhões de reais nos próximos quatro anos em estradas do país. Por isso, nós vamos lutar para que a BR-319 esteja entre as prioridades”, afirmou Wilson Lima.
Agenda em Brasília – Está marcada para o dia 5 de fevereiro, no Ministério de Infraestrutura, em Brasília, uma reunião com o ministro Tarcísio Freitas, que vai contar com a presença de deputados federais e senadores, da bancada do Amazonas, além de governadores de outros estados da região Norte. O governador do Acre, Gladson Cameli, e o governador de Roraima, Antônio Denarium, já confirmaram presença. O governador de Rondônia, coronel Marcos Rocha, também deve participar.
BR-319 – A rodovia federal foi aberta na década de 70, período de regime militar, para integrar a Amazônia. Ela tem 885 km de extensão. Nas décadas de 80 e 90, a manutenção da estrada foi abandonada pelo poder público. A rodovia foi fechada em 1988, quando a empresa que ainda explorava a linha Porto Velho-Manaus decidiu suspender os serviços por falta de condições de tráfego.
Somente nos anos 2000, as obras de pavimentação foram retomadas e as duas pontas da rodovia foram asfaltadas (Manaus-Careiro e Humaitá-Porto Velho). Na ocasião, houve dispensa de licenciamento ambiental para esses trechos e considerou-se que o trecho central, cerca de 405,7 km, não poderia receber os serviços porque se tratava de reconstrução e não pavimentação. Esse trecho central está hoje em situação precária e aguarda a elaboração do relatório e estudo de impacto ambiental (EIA/Rima), que vem sendo elaborado pelo Dnit, para avaliação definitiva do Ibama. A previsão é de que o documento fique pronto em 2020.