O Governo do Amazonas anunciou, nesta quarta-feira (23/12), medidas de restrição para conter o avanço da Covid-19 no período das festividades de fim de ano. O governador Wilson Lima, contudo descartou a realização de lockdown no Amazonas. Segundo as medidas, no período de 26 de dezembro a 10 de janeiro de 2021, ficarão restritos o funcionamento de atividades não essenciais na capital e interior do Estado.
As medidas foram tomadas após avaliação do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 do Governo do Amazonas, com base nos dados epidemiológicos da doença no estado apresentados pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), que mostram elevado número de casos da doença e ocupação dos leitos clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na rede hospitalar estadual e privada de saúde.
“Primeiro, não haverá lockdown. Nós não fizemos isso durante o pico da pandemia, que foi ali no final de abril, início de maio, e não será agora que nós vamos tomar uma decisão como essa. Nos últimos dias nós constatamos um aumento significativo dos casos do Coronavírus no Estado, sobretudo na ocupação da rede pública de saúde. Estamos baixando um decreto para restringir algumas atividades, e precisamos de 15 dias para que a gente diminua a taxa de transmissão”, explicou o governador durante coletiva de imprensa, na sede do Governo.
O governador enfatizou que todas as medidas têm sido avaliadas junto ao comitê de enfrentamento à Covid-19 para adoção de medidas que preservem a vida da população.
“O comitê irá se reunir com representantes do comércio, da indústria, para que a gente termine de formatar o decreto que deve ser publicado para começar a valer a partir do dia 26. Tenho conversado muito com os membros do comitê, com o pessoal da Vigilância em Saúde, monitorando e entendendo quais medidas devemos tomar e que ações são necessárias para conter a disseminação do vírus, preservando a vida das pessoas, mas encontrando um equilíbrio de funcionamento mínimo das atividades econômicas”, destacou o governador.
Maior rigor – Wilson Lima ressaltou que haverá um maior rigor por parte da segurança pública. “A partir de hoje, a determinação que eu estou dando para a Secretaria de Segurança Pública, e isso a gente vai colocar em decreto, é que os eventos clandestinos serão fechados, os equipamentos de som recolhidos, assim como bebidas e outros acessórios e instrumentos que estejam sendo utilizados para a realização desses eventos”, destacou o governador.
O que fica restrito de 26/12 a 10 de janeiro: Bares, restaurantes, lanchonetes, lojas de conveniência fecham de 26/12 a 10/01. Comércios que não são essenciais funcionarão por drive-thru e delivery até às 21h; Os shoppings devem funcionar também no sistema delivery e drive-thru; Eventos, casamentos e formaturas estão proibidos; Reuniões comemorativas suspensas; Feiras e mercados vão abrir com horários que ainda serão estabelecidos. Os espaços públicos estarão fechados.
Essenciais: Os estabelecimentos com serviços essenciais, como padarias, supermercados, farmácias, vendas de gás, água e hotéis continuam abertos; Restaurantes dos hotéis apenas vão atender os hóspedes.
Os serviços de transporte intermunicipais estão mantidos, mas será reforçado o trabalho de fiscalização, respeitando a quantidade máxima de ocupação dessas embarcações. As atividades da Indústria serão mantidas também.
Plano de Contingência – A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) já trabalha na terceira fase do Plano de Contingência para o enfrentamento da Covid-19. Nesta fase está previsto o incremento de 63 leitos de UTI e 234 leitos clínicos exclusivos para Covid-19 nos hospitais que integram a rede estadual de saúde e a rede complementar. No último final de semana, foram abertos mais 20 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital de referência Delphina Aziz.
Na nova etapa serão instalados mais 10 leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Delphina Aziz, além de aumento de leitos clínicos e de UTI nos prontos-socorros Platão Araújo, João Lúcio e 28 de Agosto, nos hospitais Getúlio Vargas, Instituto da Criança (Icam), Geraldo da Rocha e Beneficente Portuguesa, além das fundações de Medicina Tropical e Adriano Jorge.
O Plano de Contingência, em operação desde novembro, consiste na organização da rede para o momento de recrudescimento da doença e está previsto para operar em cinco fases, de novembro a junho, que coincide com o período sazonal das Síndromes Respiratória Aguda Grave (Srag) no Amazonas.