Implantação de miniusinas reduz dependência de oxigênio para hospitais no Amazonas

FOTOS: Emerson Martinz e Herick Pereira/Secom; e Rodrigo Santos/SES-AM

O Amazonas já tem 31 usinas geradoras de oxigênio medicinal em operação em hospitais, com produção independente de 15,8 mil metros cúbicos por dia. A estratégia de implantar geradores independentes em hospitais faz parte do plano de contingência do Governo do Estado e Governo Federal para aumentar a oferta do insumo na rede de saúde da capital e do interior durante a pandemia do novo coronavírus.

Até o final do plano, que entrou em operação em janeiro de 2021, espera-se ter um total de 74 miniusinas independentes em funcionamento na rede hospitalar do estado, a maioria delas em 30 municípios do interior.

FOTOS: Emerson Martinz e Herick Pereira/Secom; e Rodrigo Santos/SES-AM

Além das 31 usinas já em operação em todo o estado, outras 14 usinas estão em trânsito para instalação no interior e 29 em processo de aquisição para interior e capital. Quando estiverem em funcionamento, as 74 juntas vão ter produção diária de 35,4 mil metros cúbicos/dia. Atualmente, o consumo está entre 40 mil a 45 mil metros cúbicos/dia.

No pico da pandemia, em janeiro, o consumo de oxigênio nos hospitais do Estado chegou a 86 mil metros cúbicos diários, enquanto a capacidade de produção local da White Martins, que fornece o gás medicinal para o Governo do Estado, é de 25 mil metros cúbicos/dia.

Para garantir que não faltasse oxigênio nas unidades, o Comitê Integrado pelos dois níveis de governo criou uma rota com apoio do Ministério da Defesa, por meio da Força Aérea Brasileira (FAB) e Ministério dos Transportes, para trazer o insumo doado e das plantas da empresa em outras partes do Brasil, por via aérea, fluvial e terrestre. A força-tarefa envolveu ainda a Defesa Civil do Estado.

O secretário de Estado de Saúde, Marcellus Campêlo, avalia que os equipamentos ficarão como legado e irão auxiliar na autonomia de oxigênio, principalmente dos hospitais do interior, que em sua maioria são abastecidos pelo Governo do Estado com o produto armazenado em cilindros. Marcellus observa ainda que, com os investimentos feitos na rede de gases, o estado está mais preparado para enfrentar a pandemia.

“Podemos garantir que a rede está mais preparada para eventuais picos. Temos usinas instaladas e equipes mais treinadas. Trabalhamos com um plano de contingência e planejamento, mas tivemos a surpresa da variante (variante P.1 do novo coronavírus) que se espalhou e contaminou muito rapidamente a população”, disse.

Na capital, 16 usinas estão em funcionamento, sendo uma em cada um dos Hospitais e Prontos-Socorros (HPS) Platão Araújo, 28 de Agosto e João Lúcio. Hospital Universitário Getúlio Vargas, Hospital Francisca Mendes, Serviço de Pronto Atendimento (SPA) José Lins, Maternidade Azilda Marreiro, Instituto da Criança, Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon) e Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HDV) também operam com uma usina cada.

Já os hospitais Delphina Aziz, Nilton Lins, Beneficente Português e Adventista possuem duas unidades geradoras cada. No interior do estado, os municípios de Autazes, Coari, Humaitá, Manacapuru, Nova Olinda do Norte, Tefé e Tabatinga possuem uma usina cada. Maués e Parintins possuem duas usinas cada, e Itacoatiara possui três usinas geradoras.

Diminuição da dependência – Com o aumento das internações para tratamento da Covid-19, entre o final de dezembro e as duas primeiras semanas de janeiro, nas redes pública e privada de saúde, o consumo de oxigênio diário passou de, em média, 30 mil para 86 mil metros cúbicos.

As usinas são aquisições do Governo do Amazonas, do Ministério da Saúde (MS), das prefeituras municipais e doações de empresas e da sociedade civil. O Governo do Estado investiu na aquisição de 30 usinas para diminuir a dependência dos municípios.

“O Ministério da Saúde adquiriu algumas usinas e está ajudando, principalmente, no transporte junto ao Ministério da Defesa. As instalações estão sendo executadas pelo Governo do Estado”, afirmou o engenheiro civil do Ministério da Saúde, Antonio Carvalho.

Segundo o engenheiro, as usinas produzem o oxigênio sem a necessidade de operadores, e está em estudo a compra de equipamentos que irão abastecer os cilindros, dispensando o transporte das balas da capital para o interior.

“Nas unidades que possuem central de gases medicinais, onde as usinas foram instaladas, houve a redução na frequência de abastecimento de oxigênio líquido e a troca frequente de cilindros. Possibilitou ainda a abertura de novos leitos devido ao fornecimento constante do insumo”, afirmou.

O representante do MS disse que todo o insumo produzido nas usinas está sendo consumido nas unidades de saúde. “Hoje, nenhuma supre completamente o consumo das unidades. A maior dificuldade é em relação às unidades do interior, que ainda dependerão de logística de envio de cilindros. Estão sendo realizados contratos de manutenção e avaliação do custo da energia elétrica utilizada na produção do oxigênio para posterior análise em relação aos custos finais”, disse.

USINAS INSTALADAS NO AMAZONAS

MANAUS
• HPS Platão Araújo – 1
• HPS 28 de Agosto – 1
• HPS João Lúcio – 1
• Hospitais Universitário Getúlio Vargas – 1
• Hospital Francisca Mendes – 1
• SPA José Lins – 1
• Maternidade Azilda Marreiro – 1
• Instituto da Criança – 1
• Fundação Centro de Controle de Oncologia do Amazonas (FCecon) – 1
• Fundação de Medicina Tropical (FMT) – 1
• Hospital de Campanha Delphina Aziz – 2
• Hospital de Campanha Nilton Lins – 2
• Beneficente Português – 2
• Hospital Adventista – 2
AUTAZES
• Autazes – 1
COARI
• Hospital Regional de Coari – 1
HUMAITÁ
• Hospital Regional de Humaitá – 1
MANACAPURU
• Hospital de Campanha – 1
NOVA OLINDA DO NORTE
• Nova Olinda do Norte – 1
TEFÉ
• Hospital Regional de Tefé – 1
TABATINGA
• UPA e Maternidade – 1
MAUÉS
• Hospital Regional de Maués – 2
PARINTINS
• Hospital Regional de Parintins – 2
ITACOATIARA
• Hospital Regional de Itacoatiara – 2
• UPA de Itacoatiara – 1