A Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca), da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), efetuou 145 prisões ao longo do ano passado, por crimes que tiveram crianças e adolescentes como vítimas. Destas, 98 foram flagrantes e 47 se deram por meio de mandados de prisão expedidos pela Justiça, a partir de investigações de crimes contra o público infantojuvenil.
Ainda de acordo com dados da especializada, 554 Inquéritos Policiais (IPs) e 351 Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs) foram remetidos à Justiça no ano de 2020.
“Nós continuamos com os atendimentos 24 horas, considerando a gravidade e a urgência de questões que envolvem violações de direito contra crianças e adolescentes. Claro que respeitando também determinações, normativas dos órgãos competentes, de algumas restrições de atendimentos presenciais. A delegacia permaneceu aberta, em regime de plantão, para atender sobretudo casos de flagrantes, casos que demandam uma providência imediata, e dessa forma continua sendo”, explicou a titular da Depca, delegada Joyce Coelho.
No ano passado, apenas pelo Disque 100, a Depca recebeu 1.243 denúncias de crimes tendo como vítimas crianças e adolescentes. A autoridade policial reforça que as denúncias são muito importantes para o início das investigações de crimes desta natureza.“Conflitos familiares são bem difíceis, 70% dos crimes sexuais que a gente atende são cometidos por pessoas próximas da vítima, e isso dificulta a chegada dessa notícia, porque a criança e o adolescente, muitas vezes, precisam contar para alguém fora desse ciclo familiar, para que essa notícia chegue até a autoridade competente”, disse a delegada.
As denúncias também podem ser feitas através do 181, o disque-denúncia da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) ou através do site do órgão, no endereço www.ssp.am.gov.br.
Conquistas – Ainda em 2020, no mês de agosto, a Depca inaugurou uma brinquedoteca, que conta com brinquedos e outros objetos destinados à recreação de crianças e adolescentes na sede da especializada. Desde então, as crianças, sejam elas vítimas de violência ou acompanhantes de pais e/ou responsáveis em procedimentos policiais, contam com um espaço lúdico para passar o tempo.
Parte das doações para a implantação do espaço recreativo foi feita por empresas do setor privado. “É um espaço para que a criança fique, por exemplo, separada do autor de outra violência que vai estar ali naquele ambiente. É um espaço onde a criança pode até ser preparada, acalmada para a sua escuta, que é bastante importante também nesse processo”, enfatizou Joyce Coelho.