O presidente Jair Bolsonaro disse durante entrevista a uma rádio nesta quarta-feira, 21, que deve fazer novas mudanças em seu ministério na próxima semana.
“Estamos trabalhando, inclusive, uma pequena mudança ministerial, que deve ocorrer na segunda-feira, para ser mais preciso, para a gente continuar aqui administrando o Brasil”, disse o presidente em entrevista à radio Jovem Pan de Itapetininga (SP).
Fontes ouvidas pela Reuters confirmaram que as mudanças incluem a possível ida do senador Ciro Nogueira (PP-PI) para a Casa Civil e o deslocamento de Luiz Eduardo Ramos para a Secretaria-Geral da Presidência.
O atual ministro da Secretaria-Geral, Onyx Lorenzoni, pode voltar para a Câmara dos Deputados ou ser nomeado para uma nova pasta, que envolveria parte da estrutura hoje no Ministério da Economia.
Pressão do Centrão
A alteração é pressionada pelo Centrão que quer mexer na articulação política do governo e substituir Ramos e Lorenzoni. Aliados do governo avaliam que Bolsonaro precisa contemplar o Senado, principalmente agora quando está acuado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid.
A possível entrada de Ciro no governo no lugar de Ramos, no entanto, é vista como uma manobra arriscada até mesmo por seus pares. Motivo: ele comanda o principal partido da base aliada e Bolsonaro nunca poderia demiti-lo, sob pena de perder apoio. Já para o lugar de Onyx um nome citado é o do senador Davi Alcolumbre (AP), que também é do DEM.
Para dirigentes do Centrão, Onyx só trabalha para construir sua candidatura ao governo do Rio Grande do Sul, em 2022, e não ajuda na articulação política. Além disso, a percepção desses aliados é que a forma como ele atacou o deputado Luis Miranda (DEM-DF) – que acusou o governo de acobertar um esquema de corrupção nas negociações para compra da vacina indiana Covaxin – provocou efeito bumerangue e acabou levando Bolsonaro para o meio da crise.
O general Ramos, por sua vez, vem sendo apontado por governistas como o ministro que deu informações erradas ao presidente sobre a votação do fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, na semana passada, fazendo com que Bolsonaro acusasse o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), de “atropelar o regimento” na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).(Terra/Estadão/Reuters)