O Programa de Apoio à Iniciação Científica da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (Paic/FCecon), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), em dez anos de implantação, contribuiu com a formação de 420 estudantes por meio da ciência. Dentre estes, 229 hoje são profissionais especialistas, mestres e doutores.
O programa também tem ajudado a construir as bases de um futuro pesquisador e os valores éticos dos egressos, importância destacada na abertura da X Jornada do Paic/FCecon, que aconteceu nesta quarta-feira (11/08), no auditório Dr. João Batista Baldino. O evento marcou o início das comemorações dos dez anos do Paic/FCecon, e prossegue até a sexta-feira (13/08).
A solenidade contou com a participação de ex-bolsistas, dentre eles a mestre em Medicina Interna e Ciências da Saúde pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Tyane de Almeida Pinto Jardim. Representando os egressos, ela falou sobre “A experiência da iniciação científica na vida profissional”.
Conforme a diretora de Ensino e Pesquisa da FCecon, Kátia Luz Torres, entre os egressos que já concluíram a graduação, 39% são hoje especialistas, 4,4% são mestres ou mestrandos e 1,3% são doutores ou doutorandos. Ela lembrou que o Programa iniciou com um número pequeno de orientadores e hoje conta com 35 pesquisadores, o que contribuiu para o fortalecimento dos grupos de pesquisa e para elevar a produção científica institucional.
“O Programa de Iniciação Científica tem cumprido o papel de ajudar a transformar processos e mudar condutas na prática clínica, além de construir as bases e o perfil do futuro pesquisador. Temos histórias de sucesso, nesses dez anos de Paic, de egressos mestres, doutores e professores de metodologia, por exemplo. Significa que plantamos a semente da pesquisa e construímos um legado na formação deles”, comemorou Torres.
Egressos homenageados – Entre os casos de sucesso está o da mestra em Medicina Interna e Ciências da Saúde pela UFPR, Tyane Jardim, homenageada durante a abertura da X Jornada de Iniciação Científica. Segundo ela, ter sido da primeira turma de bolsistas do Paic/FCecon durante dois anos foi uma experiência incrível.
O Paic/Fcecon, conforme Jardim, foi o início da caminhada acadêmica rumo ao mestrado, tendo ajudado com a experiência da pesquisa científica e a enxergar a importância de continuar estudando. Ela explicou que o programa contribuiu com sua formação profissional e pessoal, porque incentivou a ser um profissional melhor em relação ao conteúdo teórico, aos valores éticos, à responsabilidade, nas relações médico-paciente e com os outros profissionais da equipe multidisciplinar.
“É uma alegria imensa ser um dos egressos homenageados. Após o convite, passou um filme em minha cabeça. Lembro-me de quando fui recebida na coordenação do Programa. Sinto uma imensa satisfação e orgulho em ter feito parte do Paic/FCecon. Obrigada por nos tratarem sempre tão bem, por se lembrarem de todos nós que passamos um tempinho aprendendo com vocês e nossos queridos pacientes”, agradeceu Jardim.
Crescimento acadêmico – Doutor pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) na área de Patologia, finalizado em 2019, Victor Bernardes Barroso da Costa também foi um dos egressos homenageados. Ele contou que participou do Paic/FCecon durante dois anos consecutivos – 2011 a 2013.
“A experiência contribuiu muito para o meu crescimento acadêmico e pessoal. O contato com um grupo tão particular de pacientes durante a pesquisa me ajudou no desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso e no rumo que decidi trilhar”, frisou.
Segundo Costa, o projeto de pesquisa foi desenvolvido em paralelo aos dois últimos anos da faculdade, o que ajudou na elaboração e finalização da graduação, assim como no aprofundamento do conhecimento na área de Patologia, caminho no qual seguiu após o curso. Ele ressaltou que a iniciação científica também ajudou nas seleções das provas de mestrado e doutorado.
“Acredito que a iniciação científica foi responsável por despertar em mim o interesse pela pesquisa e pela docência. A equipe de ensino e pesquisa, minha orientadora e os pacientes, tudo contribuiu de alguma forma, porque você se sente parte de um time, e isso te impulsiona. Foi assim que iniciei minha carreira acadêmica. Acredito que o programa tenha o potencial de despertar o lado cientista e professor de quem talvez não conheça isso em si ainda”, destacou.