A rodovia BR-319, que liga Manaus a Porto Velho, está interditada na altura do KM-20. Um dos muitos igarapés da área abriu uma cratera na pista e obrigou à interdição. “O DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) trabalha para reabrir o tráfego ainda hoje”, disse André Marsílio, presidente da Associação dos Defensores da BR-319. O trecho interditado está localizado depois do Careiro da Várzea e antes da estrada de Autazes (AM-254), que fica no KM-39 da BR-319. Com isso, os moradores das vilas do Araçá e Sumaúma, no Careiro Castanho, além da sede municipal e todos os demais Municípios servidos pela rodovia, ficam privados do tráfego, indo ou vindo para Manaus.
Asfaltamento O trecho que rompeu passou por obras recentes, por parte de empresa contratada pelo DNIT. Houve uma renovação completa dos bueiros, justamente para tentar evitar esse tipo de rompimento. Ainda não há outra explicação, além da força da água, para a abertura da cratera. O mais provável é que a enchente recorde tenha fragilizado o local e provocado o rompimento progressivo, até a interdição.
Diversas entidades, como o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, além de associações, como a presidida por Marsílio, lutam para o asfaltamento completo da rodovia. Entidades ambientais e o Ministério Público Federal (MPF) são contra. O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, afirma que está muito perto de obter a licença ambiental para o asfaltamento. O MPF pediu à Justiça que proíba a realização de audiências públicas virtuais para o licenciamento. Os defensores da rodovia alegam que o próprio órgão está trabalhando em regime não presencial, online, e o pedido seria apenas para retardar a obra.
No auge da pandemia de coronavírus, com o Amazonas em crise hospitalar por falta de oxigênio, a rodovia atrasou a chegada de socorro. O mesmo ocorreu quando membros da facção criminosa Comando Vermelho (CV) fizeram diversos ataques em Manaus e em Municípios do interior. A Força Nacional, que veio reforçar a segurança pública, ficou atolada no trecho não asfaltado e uma viatura chegou a cair em igarapé. A BR-319 foi asfaltada pelo Regime Militar, na década de 1970, mas o asfalto sumiu completamente, por falta de manutenção. Os trechos entre Humaitá (AM) e Porto Velho (RO) e do Careiro da Várzea ao Igapó Açu têm asfalto de boa qualidade. A briga está em torno do asfaltamento do chamado “trecho do meio”, com 405 quilômetros de extensão. Começa depois do Igapó-Açu, no KM-250, chegando até o entroncamento com a BR-230, no KM-655, já em Humaitá.(Portal Marcos Santos)