Lerron Santiago, 63 anos, repórter conhecido no meio policial, faleceu esta noite. A família emitiu comunicado, logo cedo, informando que ele estava “em reanimação, no pronto-socorro Platão Araújo“. Havia chegado com muita dificuldade de respirar. Em seguida veio a notícia de que não resistiu. Lerron nasceu em Belém (PA). Desde cedo, em 1975, começou no jornalismo policial, seguindo os passos de Adamor Filho, que iniciou a carreira em 1963. Fazia a linha que ficou nacionalmente conhecida com Afanasio Jazadji, famoso repórter paulista, que começou em 1962. E que desembocaria no “Aqui e agora”, de Gil Gomes.
Rádio Baré
Lerron trabalhou nas caixas de som de rua, que no Amazonas eram os “serviços de autofalantes”, muito comuns em Belém como “aparelhagem”. Chamou a atenção da Rádio Clube e iniciou no rádio. Depois foi para Macapá e, finalmente, chegou a Manaus e se estabeleceu na rádio Baré. Usava o slogan “se você não quer que seu nome apareça, não deixe que o fato aconteça”. Era uma forma de antecipar a contestação pela maneira sempre barulhenta com que noticiava os fatos.
Adamor Filho, que iniciou a linha de cobertura da crônica policial no rádio, seguida por Lerron, tinha um programa chamado “A patrulha da cidade”. Burlava todas as regras estabelecidas no jornalismo e noticiava suicídio, por exemplo, com grande estardalhaço. Era uma hora de expectativa, até um desfecho mais que dramático: “… e o corpo se estatelou numa poça de sangue rubro, no asfalto da Serzedelo Corrêa!!!”.
Lerron, depois da rádio Baré, passou pela Rádio Ajuricaba e foi parar no Canal Livre, da Band, no auge dos irmãos Wallace e Carlos Souza. Depois percorreu várias outras emissoras de rádio e TV de Manaus, fazendo vários outros seguidores.
O repórter era funcionário efetivo da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). E apresentava o programa “A voz das comunidades”, na rádio Atividade FM (87,9), aos domingos, das 9h às 10h. Esse programa, aliás, era dirigido e produzido pela ex-produtora do Canal Livre Marlúcia Fernandes, com quem estava casado. Ela ficou sob as luzes da série “Bandidos na TV”, de 2019, na Netflix, por ter trabalhado com os irmãos Souza.(Portal Marcos Santos)