O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), deve ser reeleito nesta quarta-feira (1º) com folga para o cargo para os próximos dois anos. Lira fez articulações com quase todos os partidos da Casa e, por isso, tem o apoio maciço dos parlamentares. No Senado, a disputa está acirrada entre o atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o ex-ministro Rogério Marinho (PL-RN).
O grupo de Lira contabiliza cerca de 500 votos a favor da reeleição do alagoano. Se o resultado se concretizar, ele se torna o presidente da Câmara com mais votos desde a redemocratização do país. Esse cenário só é possível porque Lira tem apoios tanto do PT — do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — quanto do PL — do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os deputados Chico Alencar (PSOL-RJ) e Marcel Van Hattem (Novo-RS) também são candidatos, mas sem chance efetiva de eleição para o cargo.
No Senado, Pacheco segue favorito, mas viu a candidatura de Marinho, apoiada por PL, PP e Republicanos, crescer nas últimas duas semanas. Em oposição ao senador mineiro, Marinho se coloca como o candidato capaz de devolver à Casa o protagonismo na política e a pacificação do país. Pacheco, por sua vez, defende a continuidade de sua gestão à frente do Senado.
Como vai ser a eleição
Para um candidato ser eleito na Câmara, é necessária a presença de 257 deputados. Para vencer em primeiro turno, o candidato precisa dos votos da maioria absoluta dos parlamentares presentes. Se for necessário, é realizado um segundo turno de votação entre os dois mais bem votados.
Para vencer a disputa no Senado, é necessário ter a maioria absoluta dos votos (41 dos 81 possíveis). Se não houver maioria na primeira votação, são realizados novos turnos com os dois mais bem votados, até que um deles consiga a adesão da maioria.
Nova legislatura
O Congresso Nacional começa a nova legislatura com um perfil mais conservador, sobretudo em razão da eleição de maioria de representantes de direita e centro-direita. A configuração deve dificultar a articulação do presidente Lula, que, mesmo negociando cargos para atrair apoio, inicia o governo em meio à necessidade de enfrentar uma oposição numerosa.
Ainda que derrotado na disputa presidencial, o PL nunca esteve tão forte no Legislativo. São 99 deputados e 13 senadores da legenda, um incremento de 30% na Câmara e de 8% no Senado em comparação à legislatura anterior. Somado aos outros partidos mais conservadores, o governo Lula deve encontrar uma oposição formada por 231 deputados e 33 senadores.(R7 Brasília)