O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que tomará as decisões relacionadas ao Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) quando retornar ao Brasil. O presidente está em Portugal e na próxima terça-feira, 25, parte para a Espanha, em sua primeira viagem oficial à Europa.
“Vou decidir essas coisas do GSI quando eu voltar. Vou tomar a decisão que eu achar mais importante para o Brasil”, disse Lula em entrevista coletiva de imprensa, ao ser questionado se manterá o gabinete e, se mantido, se o órgão será comandado por um civil ou um militar.
Nesta semana, o ministro do GSI general Gonçalves Dias pediu a exoneração do cargo após a divulgação de imagens em que aparecia junto a outros funcionários da pasta dentro do Palácio do Planalto durante os atos golpistas de 8 de janeiro. Com a crise, o governo discute como reestruturar o órgão e suas atribuições.
Ontem, o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro da Silva, afirmou ao chegar a Portugal, onde acompanha a visita de Lula, que a interinidade de Ricardo Cappelli na chefia do GSI deve durar pouco e defendeu que “não é hora de mudar o perfil do comando”, sugerindo a continuidade de um militar à frente da pasta.
Questionado em relação à postura do governo quanto à instalação da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) sobre os atos de 8 de janeiro, o presidente afirmou que a decisão de estabelecer a comissão é do Congresso Nacional. “Não decido CPI. CPI é decisão do Congresso Nacional, que decide quando quiser decidir, faz quando quiser fazer. O presidente da República não vota no Congresso Nacional. Os deputados decidem”, respondeu Lula.
Ao lado do presidente português, Marcelo Rabelo, Lula se irritou com a pergunta de jornalista sobre o tema em meio à sua viagem a Portugal.(Terra/Estadão)