Israel cometeu um ataque aéreo ao Hospital Batista Al-Ahli, na Faixa de Gaza, e deixou centenas de vítimas, segundo afirmou o porta-voz do Ministério da Saúde do local nesta terça-feira(17). Com o ataque, passa de 4,2 mil o número de palestinos mortos em Gaza desde o início do conflito, no sábado(07).
Apesar da estimativa, ainda não há certeza quanto ao total de vítimas do ataque de hoje (veja abaixo o por quê). O presidente da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, declarou três dias de luto após o bombardeio ao Hospital Árabe de al-Ahli, administrado pela Diocese Episcopal de Jerusalém. Hussein Al-Sheikh, secretário-geral do Comitê Executivo da Organização para a LibertaçãoPalestina (OLP) convocou uma reunião de emergência.
Fotos do Hospital al-Ahli mostraram fogo consumindo os corredores do hospital, além de vidros quebrados e partes de corpos espalhadas pela unidade de saúde. De acordo com o ministério, centenas de pessoas ainda estão sob os escombros.
O gabinete de comunicações das autoridades do Hamas denunciou um “crime de guerra” em comunicado. Israel negou o ataque.
Número de mortos
Enquanto a Defesa Civil falou à Al Jazeera que houve ao menos 300 mortos, o Hamas informou que foram cerca de 500. As informações são da Ansa, segundo a qual Israel negou que relação com a explosão do hospital em Gaza. O Exército do país alegou que lideranças do Hamas usam hospitais para se esconder e faz dos pacientes um escudo humano.
“A partir da análise dos sistemas operacionais das IDF, foi realizada um ataque de foguetes inimigos em direção a Israel, que passava pelas proximidades do hospital quando ele foi atingido. De acordo com informações de inteligência, de diversas fontes de que dispomos, a organização terrorista Jihad Islâmica é responsável pelo missíl que atingiu o hospital”, disse as Forças de Defesa de Israel (IDF), em comunicado.
De acordo com o New York Times, por outro lado, o MInistério da Saúde falou em 200 óbitos no ataque israelense. A Associated Press repete o número dado pelo Hamas, mas afirmando que a informação veio do Ministério da Saúde.
Segundo a emissora Al Jazeera, milhares de civis procuravam tratamento médico na unidade hospitalar e abrigo contra os ataques. Uma escola administrada pela ONU, que abrigava refugiados, também foi atacada.
Entenda os principais pontos da guerra entre Israel e Hamas:
O Hamas é uma organização militar, política e social que comanda a Faixa de Gaza desde 2007, quando venceu as eleições legislativas palestinas. O grupo é considerado uma organização terrorista por países da União Europeia e pelos Estados Unidos;
A Faixa de Gaza vive sob um intenso bloqueio terrestre, aéreo e marítimo, com restrições de entrada de suprimentos básicos, desde 2007, sendo considerada uma ‘prisão a céu aberto’ por analistas, pesquisadores e entidades de direitos humanos;
Os palestinos reivindicam a criação de seu estado (que inclui a Cisjordânia) desde 1948;
Em 7 de outubro, o Hamas realiza a maior onda de ataques contra Israel, o que resultou em 1.400 israelenses mortos;
Benjamin Netanyahu declara guerra ao Hamas e fala em destruir o grupo;
Israel intensifica o bloqueio a Faixa de Gaza cortando o abastecimento de energia elétrica, combustível e água, criando uma crise humanitária sem precedentes em Gaza;
Hamas ameaça matar os reféns israelenses em retaliação à resposta militar israelense;
Israel prepara uma invasão por terrestre à Gaza;
Entidades alertam para o risco de agravamento da crise humanitária em Gaza. Com os hospitais e necrotérios sobrecarregados, palestinos usam carros de sorvete e refrigeradores de alimentos para armazenar corpos;
1 milhão de palestinos deixaram as suas casas em busca de refúgio no sul de Gaza; a população total da Faixa de Gaza é de 2.3 milhões, sendo 47% crianças;
Bombardeio ao hospital Hospital Batista Al-Ahli, em Gaza, deixou centenas de mortos; Israel acusa Jihad Islâmica do bombardeio;
Representante palestino na ONU pediu um cessar-fogo imediato
Governo já repatriou 915 brasileiros na operação Voltando em Paz;
Brasil costura acordo para cessar-fogo e criação de corredor humanitário que será apresentado em reunião do Conselho de Segurança da ONU. (Terra/Reuters)