A paulistana, locutora de rádio e cantora por hobby Eloise Matos é a nova voz da apuração das notas do carnaval de São Paulo, a partir das 16h00 desta terça-feira (13), no Sambódromo do Anhembi.
A Liga Independente das Escolas de Samba sorteou, na segunda-feira (12), a ordem da leitura dos quesitos. Veja como será.
Elô, como também é conhecida, tem 50 anos, nasceu em São Paulo, é casada e tem uma filha. Atua profissionalmente na rádio pela Grande SP desde os anos 90.
“Uma das perguntas que as pessoas têm me feito nesses últimos dias: ‘você está preparada para esse momento da apuração?’. A locução é a minha profissão. Já me sinto preparada para desempenhar essa função. Agora, tem uma coisa diferente, que não está incluída na minha profissão, que é exatamente a alegria de participar de um evento único e anual, que é o carnaval, que é a apuração. Um momento de imensa alegria e ainda mais sendo a primeira mulher que vai narrar as notas”, disse em entrevista ao g1.
Após 30 anos, Antônio Pereira da Silva, o Zulu, de 75 anos, famoso pela frase “noooota: dez!”, não ficará na função. Ao g1, Zulu contou que chegou a hora de descansar, mas não de se aposentar.
“A minha vida pertence a Deus. Tudo que ele deu oportunidade de eu ver, eu fazer, eu procuro fazer direito. Espero que ela seja bem-sucedida, faça o trabalho dela. Espero em Deus que ela tenha toda a sorte do mundo, e que Deus abençoe o trabalho dela.”
Também pelas redes sociais, Zulu deixou uma mensagem com uma foto com Eloise: “Que Deus te proteja. Bom trabalho”. Em 2024, ele foi convidado para participar da festa de Rio Claro, no interior de São Paulo.
Eloise agradeceu a mensagem de Zulu e se emocionou com o registro usado por ele na publicação. A foto acima foi no segundo evento que ela apresentou na carreira, em meados de 1993, quando tinha cerca de 20 anos.
‘Friozinho na barriga’
Elô contou que está agradecida pelo convite da Liga das Escolas de Samba e espera que o momento inspire outras mulheres.
“Que possam se achegar mais para o carnaval, para realizar, para fazer acontecer. Eu me sinto preparada para esse momento, devido à experiência que eu já tenho. Quando a gente fala de novos momentos, ou na vida pessoal, ou para a carreira, a gente sempre tem aquele friozinho na barriga. Comigo não é diferente. Mas eu sou uma pessoa que eu gosto de ter esse sentimento e eu procuro usar isso positivamente.”
A participação dela na nova fase da apuração do carnaval de SP foi divulgada em 25 de janeiro. “Sua experiência e paixão pela cultura carnavalesca a tornam a escolha perfeita para conduzir esse momento crucial do Carnaval, guiando o público através dos resultados e das emoções”, escreveu a Liga-SP no comunicado.
“As pessoas falam em representatividade, mas, na verdade, eu me sinto envolvida no meio de tantas mulheres que representam o cenário carnavalesco. Vou me juntar a essas mulheres, claro, numa outra categoria, que é dar voz à apuração. É um momento em que eu estou me juntando a elas para dar mais força, para que outras mulheres tenham a coragem de também fazer parte do carnaval”, afirmou a locutora.
O primeiro contato com a profissão foi em 1989, quando foi convidada a participar de um programa transmitido pela rádio Bandeirantes. Ainda era adolescente, mas investiu nos estudos no ramo da comunicação.
“Descobri que eu gostaria de fazer parte desse universo da comunicação, do rádio. Me apaixonei totalmente. Depois desse momento fui estudar. Os anos se passaram. Eu estudei, me especializei nessa função.”
A locutora passou por apresentações de concursos do carnaval paulistano e desde 1995 acumula trabalhos com samba e pagode no rádio.
“Através do rádio eu fiz outros trabalhos como jingles, spots. Já me aventurei em cantar também, participando com alguns grupos de pagode, mas eu dei preferência à comunicação, que é a área que eu domino. Cantar é uma coisa que eu gosto de fazer até hoje. Fico cantarolando, mas sem compromisso”, comenta.
Quando era criança, segundo ela, a mãe a levava para ensaios de escolas de samba. Foi o começo da relação com o carnaval.
“É muito legal contar essa história, porque realmente faz parte da minha vida.”(g1)