Objetivo do evento foi promover um diálogo aberto sobre os desafios da alimentação no TEA…
Como parte do Abril Azul, celebrado este mês, a Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), promoveu nesta segunda-feira (08/04), no Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente (Caic) Alberto Carreira, uma roda de conversa para discutir a seletividade alimentar em crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). O evento, voltado para acompanhantes dos pacientes, teve como objetivo promover um diálogo aberto sobre os desafios da alimentação no TEA.
A roda de conversa contou com a palestra da nutricionista da SES-AM, que é referência técnica em alimentação, Daíse Cunha. Na ocasião, foram discutidas as formas de identificar a seletividade alimentar e quais os malefícios desse comportamento sem o acompanhamento médico.
De acordo com Daíse, não ter variedade de alimentos cria um espaço para uma baixa imunidade. Quando é consumido apenas um tipo de alimento, que normalmente é rico em carboidratos simples, como pão, macarrão ou farinha (na nossa região), a criança fica desprotegida imunologicamente.
A nutricionista ressaltou a importância de ter esses debates abertos para que as famílias atípicas aprendam a lidar com essa dificuldade. “É importante conversar com esses pais para compartilhar esses conhecimentos técnicos e juntos nós consigamos fazer os encaixes dentro da realidade deles, para que essa criança consiga diminuir a questão da hiperatividade e melhore a imunidade”, disse.
A especialista informou, também, que a seletividade alimentar traz outros malefícios, tais como dermatites, gripes frequentes, sintomas de irritabilidade e sintomas relacionados a doenças fúngicas, como candidíases ou fungos da cavidade oral.
A gestora do Caic Alberto Carreira, Tatiana Pereira, salientou a importância de sensibilizar não apenas os acompanhantes das crianças com diagnóstico de TEA, mas também os servidores e funcionários que trabalham na unidade, diminuindo assim a desinformação sobre a seletividade alimentar, que é um dos sintomas do transtorno. “Trazer essas informações é de muita importância, não só para hoje, mas também para o tratamento diário dessa criança, no acompanhamento diário, tanto na unidade quanto em domicílio”, reforçou.
Tatiana Pereira disse, ainda, que outras rodas de conversa estão sendo programadas para acontecer mensalmente na unidade, a fim de trazer informações sobre o autismo não só no Abril Azul, mas em todos os meses do ano.