O radialista, jornalista e publicitário Arnaldo dos Santos Andrade, 86 anos, sucumbiu esta manhã ao câncer, que vinha combatendo desde 2016. Arnaldo transmitiu, como narrador, fórmula 1, boxe, voleibol, basquetebol, handebol, futsal, ginástica e provas de atletismo. Jogou e chegou a ser treinador de vôlei. Na maior paixão, o futebol, que começou a transmitir em 1961, foi o único radialista a transmitir todos os jogos do vice-campeonato do São Raimundo, em 1999, na Série C. E acompanhou quatro Copas do Mundo.
Como presidente da Associação dos Cronistas e Locutores Esportivos do Amazonas (Aclea), Arnaldo apoiou de perto os profissionais envolvidos em coberturas esportivas. E transformou os encontros anuais, sempre em grandes salões, em eventos tradicionais e disputados de sua gestão.
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O Campeonato de Peladas, que vinha perdendo o número de times participantes, foi reorganizado e ganhou novo impulso, durante mais de uma década em que ficou como coordenador da competição.
O velório será hoje, a partir das 20h00, na funerária Canaã, da avenida Major Gabriel. O enterro acontecerá às 10h00 de amanhã (07/01), no Cemitério Recanto da Paz, em Iranduba. Tudo, velório e sepultamento, foi planejado por ele.
Carreira
O radialista trabalhou na rádio Baré, na qual transmitiu a famosa luta de Éder Jofre, em disputa do título mundial de boxe, peso-pena. Depois passou por Rio Mar, Ajuricaba e, ultimamente, estava na rádio Difusora. Dirigindo a rádio Ajuricaba, ele fez questão de que a equipe de esportes, dirigida por Orlando Rebelo, também já falecido, cobrisse os jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo de 1986.
Foi o primeiro amazonense a ter o próprio programa, ao vivo, na TV, com o “AS nos Esportes”, na extinta TV Ajuricaba, então retransmissora da Rede Globo. Cunhou um slogan, acompanhado da distribuição de prêmios, que marcou várias gerações: “Bom filho, bom de bola, bom na escola”.
Como diretor de marketing do Grupo Simões, amigo pessoal do fundador, Antônio Simões, e da esposa, Dona Walderez, ambos já falecidos, ele marcou a publicidade amazonense. Arnaldo trabalhava com conceitos novos, como a preparação dos comerciais em storyboard, que ele mesmo desenhava, reunindo elenco e equipamentos modernos, em cenários do Centro histórico de Manaus.
Doença
Arnaldo, muito ativo, ficou revoltado quando descobriu o câncer no pulmão. Não quis parar de trabalhar e transmitiu vários jogos, mesmo doente. “Ele saía de carro, para ver a cidade, rever lugares”, conta a esposa, dona Amélia.
Vinha perdendo, nos últimos meses, até essa mobilidade. Foi, ainda assim, levado por um amigo, assistir a uma partida de futebol na Arena da Amazônia, há cerca de 30 dias. Depois, sempre organizado, chegou a fazer planos para o próprio sepultamento. “Quero um carro de som tocando músicas do Frank Sinatra”, recomendou à esposa, Dona Amélia. As duas filhas, médicas, Ana Cristina pediatra e Ana Laura se formando agora para ser psiquiatra, o acompanharam de perto.(Portal Marcos Santos/LR Notícias)