Sinônimo de desenvolvimento econômico para o Amazonas, o Polo Industrial de Manaus (PIM) vive tempo de desafios frente à instabilidade econômica enfrentada pelo País. Reduzir custos e ampliar a eficiência da produção se tornou objetivo comum e, desde o início desta década, as indústrias da capital amazonense ganharam importante aliado: o gás natural. O combustível, até 50% mais barato que os demais disponíveis, oferece soluções energéticas transformadoras para as principais empresas do PIM, além de representar atratividade para novos negócios na região.
Atualmente, 43 indústrias, entre elas Honda, Samsung, Yamaha, Ambev, Coca-Cola e Britânia, somam consumo médio de gás natural superior a 95 mil metros cúbicos por dia. Com 119 quilômetros de rede de distribuição espalhados por Manaus, o gás canalizado está presente em 35 empresas nas intermediações do Distrito Industrial, na zona Leste, mas também atende estabelecimentos ao longo das avenidas Constantino Nery e Torquato Tapajós, e rodovias AM-010 e BR-174.
Nesse segmento, os processos de queima do gás natural são os mais variados, com aplicações em caldeiras, fornos, estufas, em soldas, refeitórios, geração de energia, entre outros. Mais limpo do que outras fontes energéticas, o gás reduz paradas para limpeza dos equipamentos, pois não emite particulados e alcança curvas de temperatura que garantem elevados padrões de qualidade. De fornecimento canalizado, descarta necessidade de estoque e abastecimento por caminhões.
Distribuído e comercializado pela Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), o combustível agrega também pelo suporte técnico oferecido. “Entregamos não apenas o gás, mas soluções energéticas”, destaca o diretor técnico comercial da Cigás, Clovis Correia Junior. “Em projetos para atendimento aos clientes, orientamos para uma estrutura que ofereça à empresa maior eficiência no consumo, ou seja, mais qualidade e economia”.
Economia, comodidade e perspectivas – “Antes, nosso abastecimento era por botija e havia muito problema de ajuste de pressão. Também era necessário ficar acionando o fornecedor para abastecer. Quando mudamos para o gás natural, isso até caiu no esquecimento”, revelou o coordenador de engenharia da indústria Metalsete, Henrique Vasco. A Metalsete utiliza o gás natural desde 2017 em processo de pintura.
“É algo que está na minha porta, dentro da empresa. Um processo que já está à nossa disposição, sem risco de acabar”, descreveu o técnico de processos da Metalfino, Fabrício Amorim, que atua com o combustível desde 2014. “O gás é muito mais fácil de ser controlado, pois agente usava o óleo BPF e os equipamentos precisavam de manutenções com frequência”, relatou o gerente geral da Cometais, Edvaldo Teixeira. A indústria ainda faz ajustes para receber o gás canalizado.
Produtora de solda, a Alpha iniciou a operação com gás natural na última quarta-feira (22/05), mas celebra a aquisição do novo combustível após período de planejamento. “Estávamos perdendo dinheiro com uma solução na nossa porta”, disse o supervisor de engenharia e manutenção da empresa, Remiro Guirro. “A Cigás fez a tubulação e converteu nossos equipamentos. Estimamos em torno de 40% de encomia”, comentou.