Abel Braga esteve no Ninho do Urubu, se despediu do clube, mas foram os dirigentes do Flamengo que falaram oficialmente sobre o pedido de saída do treinador. Mas o comandante se pronunciou em seguida, e utilizou palavras duras especificamente contra o presidente do Rubro-Negro, Rodolfo Landim, e contra o vice-presidente de relação externas, Luiz Eduardo Baptista, o BAP, antes maior defensor do técnico. Confira a nota oficial de Abel:
“Jamais vou esquecer esse grupo, competitivo e dedicado ao extremo. São homens de caráter, prontos para conquistar grandes títulos esse ano. Sempre soube que eles dariam a resposta em campo. Foi uma despedida emocionante. Quero aproveitar para agradecer em público a cada um deles, além de cada integrante da comissão técnica e funcionários. E também a grande Nação de torcedores. Na vida, seja na minha carreira de jogador ou de treinador, sempre estive preparado para as grandes pressões e os grandes momentos. Sempre me dei bem com isso. E me habituei a encarar esses desafios de cabeça erguida. Mas jamais estive preparado para covardias e articulações. O que não suporto é traição. Eu me senti sem respaldo, isolado em certo momento. O que posso afirmar é que o Flamengo é muito maior do que tudo isso. O clube vai brilhar por tudo que plantou nesses últimos anos, por esse terreno fértil, por sua grandeza.”
Além da nota oficial, Abel também criticou os dirigentes – de maneira mais direta – em contato com o jornalista Renato Maurício Prado, do Uol. Confira:
“Trabalhei em Portugal e até hoje conheço gente lá. Me disseram que houve o contato. Liguei, então, pro Landim e pro Bap e lhes perguntei se de fato isso tinha acontecido. Negaram. Voltei às minhas fontes e tive a confirmação de que gente do Flamengo, sim, estivera com o Jesus. Aí, não dá mais, acabou a confiança. Esse grupo é bom demais. Só lamento por isso. Não aceito trairagem. Agora mesmo soube que o Landim disse, na entrevista, que eu sai por problema pessoal. Mais uma mentira! Apoio e respaldo zero foi o que tive! O Flamengo é o máximo. Mas as pessoas que o dirigem, infelizmente, não.”(Terra/Lance)