CULTURA/EXPEDIÇÃO FLUVIAL reúne lideranças tradicionais, pesquisadores, juventudes e artistas para diálogos, oficinas e apresentações culturais

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O Banzeiro da Esperança, que partiu ontem de Manaus, chegou a Parintins na tarde desta quarta-feira, dia 05 de novembro, levando a bordo lideranças ribeirinhas, indígenas e quilombolas, juventudes, pesquisadores e parceiros. A parada marca um momento-chave da travessia Manaus–Belém: interagir com a cultura do Festival Folclórico de Parintins e toda a tradição dos bois Caprichoso e Garantido.

“Nós precisamos ter essa consciência de que a nossa casa precisa ser protegida, por isso, nossos bois estão sempre abordando o tema da preservação”, disse Fred Góes, presidente do Boi Bumbá Garantido. “É uma honra receber vocês aqui para conhecer nossa cultura, antes de ir à COP. Desejo que vocês tenham muito sucesso na jornada”, disse Erick Nakanome, presidente da Comissão de Arte do Boi Caprichoso.

Antes da parada em Parintins, os navegantes interagiram com a programação a bordo e a construção da “Carta da Amazônia”. Ao longo de quatro dias de programação a bordo, o Banzeiro se torna um laboratório vivo de trocas, com rodas de conversa, painéis temáticos, oficinas de protagonismo comunitário e uma agenda artística que celebra a potência amazônica.

“Estamos honrados com esta parceria no projeto do Barco Banzeiro. Nosso propósito é fortalecer a autonomia e a resiliência das comunidades da Amazônia em um contexto de injustiça climática — e isso tem tudo a ver com a proposta do barco, que traz as vozes das comunidades para o centro, especialmente na luta por adaptação. Preparar uma programação que faça sentido é um desafio bom: aqui integramos lideranças locais, cientistas, organizações internacionais e pessoas que há muito trabalham no tema”, disse Raquel Luma, diretora do Instituto Arumã.

Na opinião de Carlos Gonçalves, presidente da Associação dos Moradores e Usuários da Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (Amurmam), “a expectativa está muito além do que eu imaginava — é a realização de um sonho. Representar a Reserva Mamirauá nesta viagem é uma grande satisfação e orgulho. A temática, o atendimento e o acolhimento no barco estão de parabéns. Chegando à COP, quero aproveitar ao máximo: se eu tiver oportunidade de falar com instituições e representantes de países, vou dar o meu melhor para representar meu povo e buscar oportunidades que possamos levar de volta ao nosso território. Tudo o que trabalhamos juntos aqui fortalece nossa vontade de lutar e conquistar.”

O Banzeiro da Esperança é resultado de uma articulação interinstitucional que visa mobilizar a sociedade para a maior conferência climática do planeta, que será realizada em Belém (PA), em 2025. O projeto é apresentado por meio da Lei de Incentivo à Cultura e Sabesp, com realização da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), Virada Sustentável e Ministério da Cultura. Conta com o patrocínio da Heineken SPIN, Vale e WEG, e com o apoio da Bemol, Ecosia, Edenred, Instituto Itaúsa e Suzano. O projeto também tem parceria com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab), Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), Rede Conexão Povos da Floresta e Ministério dos Povos Indígenas (MPI). A Rede Amazônica é parceira de mídia do projeto.

Confira a programação até sábado:

Quinta (06/11) — Das enchentes às vazantes

09h30: Jornada Pré-COP30 (alinhamento de bordo).

10h00: Painel Impactos das mudanças climáticas em territórios tradicionais.

11h15: Oficina Mudanças climáticas vistas de cima (Comitê Científico).

14h00–17h00: Oficina Protagonismo Comunitário — Do território ao global (FDC + territórios).

14h30: Roda Mulheres e mudanças climáticas.

17h30: Cerimônia das Águas — Projeto Dandelion.

20h30: Música e feira a bordo.

Sexta (07/11) — Entre remos e redes

09h30: Painel História da agenda ambiental e climática no mundo (mediação: Virgílio).

10h40: Roda Soluções lideradas localmente.

14h00–17h00: Oficina Protagonismo Comunitário — Guardiões da Floresta.

14h00: Roda Juventudes e mudanças climáticas (Filhas da Floresta).

15h00: Roda Perspectivas de quem não mora na Amazônia.

16h30: Oficina de desenhos e produção coletiva do Manifesto da Travessia.

20h30: Música e feira a bordo.

Sábado (08/11) — Trançando os rumos

09h00–11h30: Protagonismo Comunitário — Guardiões da Floresta (FDC + territórios).

09h00–11h30: Roda Banzeiro da Esperança na COP e pós-COP (com convidados internacionais).

14h00: Oficina Síntese dos Planos de Ação Climática da Amazônia (Nave Terra).

16h30: Dinâmica Manifesto Político — Mural.

19h00–23h30: Agenda Cultural — O Grande Show com Celdo Braga, Denilson Novo Trio e Éder do Acordeon.(FONTE: Up Comunicação Inteligente)