
A Embrapa Territorial lançou, durante a COP30, no pavilhão AgroBrasil da AgriZone, o estudo “Atribuição, uso e ocupação do solo no Brasil”, por meio do qual revela que os produtores rurais brasileiros preservam, dentro das propriedades, 29% das matas nativas do Brasil e que cerca de 65,6% do país ainda mantém
vegetação nativa preservada. As áreas dedicadas às atividades agropecuárias (lavouras, pastagens e florestas plantadas) ocupam 31,3% do território. Os números reforçam que, para cada hectare dedicado à agropecuária, há 0,9 hectares de protegido dentro das porteiras e 2,1 hectares de vegetação nativa total. Oportuno salientar que a Embrapa Territorial desenvolve atividades fundamentais na Amazônia brasileira por meio de ações de
inteligência, gestão e monitoramento territorial, visando a sustentabilidade e a competitividade da agricultura na região. Sua atuação envolve diversas parcerias e projetos de pesquisa, por meio do cruzamento de dados de sensoriamento remoto, como os do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e do Cadastro Ambiental
Rural (CAR), para produzir informações detalhadas sobre o uso e a ocupação das terras, desmatamento e focos de calor (queimadas) no bioma.
O ensaio técnico divulgado é suficientemente claro sobre o protagonismo do produtor rural na preservação ambiental e a relevância global do modelo produtivo brasileiro. Desmistificando narrativas alarmantes de ONGs e certos setores da pesquisa retrógrados e comprometidos com interesses internacionais contrários ao desenvolvimento brasileiro, sobretudo no que tange às alarmantes previsões de “muito em breve”, ao “point of no return” da desertificação da região, afirma que, hoje, “44% das áreas preservadas no país estão sob a responsabilidade de produtores rurais”. Na Amazônia, a cada hectare produzido, dois são preservados, o que reflete que o Brasil é uma referência mundial em produção aliada à conservação”, destacou. Por seu turno, a
chefe-adjunta de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa, Lucíola Alves, destacou “dados sobre a atribuição, ocupação e uso das terras no Brasil e evidenciou o papel fundamental do produtor rural na preservação ambiental”, enquanto o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Alfredo Homma, apresentou os desafios e as oportunidades para uma agricultura mais sustentável na região Amazônica.
Em referência à Amazônia, o maior bioma brasileiro, o estudo destaca que produtores rurais destinam 27,4% da área total de seus imóveis à preservação ambiental, garantindo que 83,7% de seu território mantenha cobertura de vegetação nativa. O Cadastro Ambiental Rural (CAR) em vigor exige 80%. As atividades agropecuárias ocupam apenas 14,1% da área, sendo que 12,1% são de pastagens e 2% de lavouras. Para desapontamento de ecoxiitas, que invadem a região em nome de interesses internacionais escusos, “a proporção revela um cenário de equilíbrio em que, para cada hectare utilizado em produção agropecuária, há quase dois hectares dedicados à preservação ambiental dentro dos imóveis rurais e seis hectares de vegetação nativa em todo o bioma”. Ou seja, um terço de toda a vegetação nativa amazônica é preservada dentro das propriedades rurais.
Quanto ao Cerrado, contíguo, um prolongamento da região amazônica, de acordo com o estudo da Embrapa Territorial “os produtores rurais destinam 34,7% da área dos imóveis à preservação ambiental e contribuem para que 52,2% do bioma permaneça coberto por vegetação nativa”. O documento revela ainda que “as atividades agropecuárias ocupam 45,9% do conjunto desse ecossistema, com destaque para pastagens (30%), lavouras (14,2%) e silvicultura (1,7%). Na prática, isso significa que, para cada hectare produtivo, há 0,8 hectare protegido dentro das propriedades e 1,1 hectare de vegetação nativa total. Definitivamente, há muito espaço para produzir com sustentabilidade, sem destruição de florestas.
Há reservas, Florestas Nacionais (Flonas) – por manejo e concessões -, glebas não destinadas ainda virgens, cerca de 15 milhões de hectares de terras degradadas que podem ser exploradas por manejo florestal ou mineral sustentáveis ou por Sistemas Agroflorestais(SAFs) na produção de alimentos. Uma questão de desenvolvimento e emprego de tecnologias adequadas às idiossincrasias edafoclimáticas, ambientais e ajustadas às vocações econômicas das macrorregiões homogêneas, determinadas pelo Zoneamento Ecológico Econômico(ZEE), no que o governo brasileiro vem falhando sistematicamente. Como malogra, ao lado de setores da pesquisa e da própria sociedade sobre a conscientização de uma verdade inexorável: quem efetivamente preserva, conserva, protege – não destrói – o meio ambiente é o desenvolvimento econômico e social.(Osíris M. Araújo da Silva é Economista, Consultor de Empresas, Professor, Escritor e Poeta – [email protected]) – Manaus, 8 de dezembro de 2025.










