Adail Pinheiro condenado por comandar fraudes milionárias em licitações

Adail Pinheiro coleciona condenações/Arquivo

O Tribunal Regional Federal – TRF da 1ª Região, com sede em Brasília, confirmou a condenação do ex- prefeito de Coari, Adail Pinheiro, a 57 anos e 5 meses de prisão, por corrupção ao comandar esquema milionário de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos como gestor público, com base aos fatos revelados pela Operação Vorax, após o que ele foi conduzido à sede da Polícia Federal e, em seguida, levado ao Centro de Detenção em Manaus, por decisão do juiz titular da Segunda Vara Federal, Marllon Sousa, assinada no dia 04 de dezembro.

As apurações mostraram que um grupo ligado ao ex-prefeito simulava as licitações realizadas no município por meio da participação de diversas empresas em nome de laranjas, para que o vencedor sempre fosse algum integrante da organização criminosa que controlava a empresa de fachada. O vencedor se apropriava de parte do dinheiro e entregava a outra parte ao prefeito, muitas vezes sem que o produto ou serviço chegasse a ser entregue.

Segundo a ação do MPF, mesmo nos casos em que o serviço ou produto era entregue pela empresa vencedora da licitação, o valor era superfaturado para que parte do dinheiro fosse desviado para a organização criminosa. Um exame amostral feito pela Controladoria Geral da União apurou prejuízo superior a R$ 3,1 milhões em relação a recursos federais repassados ao município, além de outros R$ 3,8 milhões referentes às receitas de royalties pagos em decorrência da exploração de petróleo no município.

Em outra perícia, constatou-se diferenças de R$ 5,5 milhões entre o valor retirado da conta do município e a prestação de contas no exercício de 2001 e aplicação irregular de quase R$ 2,8 milhões resultantes de royalties.

Operação Vorax

As investigações referentes ao caso tiveram início em 2004, a partir de uma representação encaminhada pelo MPF à Polícia Federal, que relatou haver irregularidades na execução de convênio firmado entre a prefeitura de Coari e a União, por meio do Ministério do Meio Ambiente, para a construção de um aterro sanitário no município.

Durante a realização da operação Vorax, em 2008, a Polícia Federal cumpriu mandados de prisão preventiva e apreendeu, entre diversos outros materiais e equipamentos eletrônicos, quase R$ 7 milhões em dinheiro no forro de uma casa localizada em um conjunto habitacional construído pela prefeitura, em Coari, que seriam apenas uma parte dos recursos públicos desviados pelo grupo.(Assessoria DPF)