Mais de 120 mil alunos da rede estadual realizam, de 25 a 29 de novembro, as provas do Sistema de Avaliação de Desempenho Educacional do Amazonas (Sadeam). Voltado a estudantes do 4º e 7º anos do Ensino Fundamental e da 1ª série do Ensino Médio, o exame tem como objetivo gerar dados que embasem novas propostas de ensino nas unidades da Secretaria de Estado de Educação e Desporto.
De acordo com a secretária executiva adjunta da Capital, Arlete Mendonça, o Sadeam não era aplicado desde 2015. “A prova é realizada em todos os 62 municípios do Amazonas, incluindo tanto a rede estadual quanto as redes municipais. Tem o objetivo principal de estabelecer diretrizes e dar subsídios para o nosso trabalho em relação às competências e habilidades dos alunos. Através desse resultado também é possível que a secretaria trabalhe nas suas políticas educacionais quanto à formação dos professores e nível de aprendizado em que os alunos estão”, explicou.
Segundo a gerente de estatística da Seduc, Silvana Morais, a prova é semelhante ao Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb) – porém, feita com base no currículo do Estado. “Depois que terminar esse período de aplicação, que vai de 25 a 29 de novembro, a instituição responsável vai processar todas as informações e deve disponibilizar todos os resultados das disciplinas avaliadas até março do ano que vem”, adiantou.
A gerente de estatística afirma, ainda, que o Sadeam permite uma superanálise da Educação no Amazonas, possibilitando, assim, mudanças e adequações no serviço pedagógico da Secretaria. “A partir dessas análises é possível que a área pedagógica, tanto da secretaria quanto das escolas, as unidades de ensino, possam repensar as suas práticas e políticas educacionais, fazendo a implementação que deve ser feita para efetivamente melhorar a educação no estado”.
Na visão do professor José Medina, que leciona Língua Portuguesa na Escola Estadual Nathalia Uchoa, no Japiim, o Sadeam é fundamental para os profissionais da educação pública melhorarem o desempenho das funções. “Essas avaliações externas são muito boas. Antes não tínhamos isso, e, hoje, nós temos um respaldo para que nosso desempenho se torne melhor ainda”, frisou.
Metodologia – O diferencial do Sadeam é o seu foco na avaliação das habilidades e competências dos alunos, e não apenas na fixação do conteúdo. Segundo Arlete Mendonça, essa metodologia ajuda a estimular a aprendizagem dos alunos. “Numa prova dessa, você dá a oportunidade ao aluno de ter uma visão maior do raciocínio lógico da questão, de contextualizar através da análise que ele faz de uma pergunta. Então, ele não dá só uma resposta objetiva, mas tem uma visão da contextualização daquele item”, justifica.
Para a secretária executiva adjunta da capital, essa mudança de postura está em sintonia com as exigências do mercado de trabalho. “Hoje, não basta ser um profissional apenas competente, você tem que ter habilidades, tem que ser versátil, e, desde cedo, a escola tem que ter esse papel, enquanto função social, de saber como direcionar o aluno para ele ter uma visão do todo”, finalizou.
Índice – O índice do Sadeam é calculado com base no resultado da avaliação versus o rendimento escolar do aluno. O objetivo da Secretaria de Estado de Educação e Desporto é que o Amazonas alcance, até 2023, a média 6, a mesma da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Sadeam é anual e avalia as séries intermediárias; já os indicadores de qualidade da Educação são medidos a cada final de etapa (5º e 9º ano do ensino fundamental e 3ª série do ensino médio).
Estrutura – As provas do Sadeam serão aplicadas de 25 a 29 de novembro. As aulas continuam normalmente para as outras séries. As escolas deverão fazer o atendimento especial apenas para os estudantes que farão a exame, como servir a merenda antes da aplicação do teste. A prova tem duração de duas horas e trinta minutos, sendo que os alunos de Ensino Médio fazem o Sadeam em dois dias.
Os exames de Ensino Fundamental terão 44 questões, e os do Ensino Médio terão 52 perguntas em cada dia. Os alunos do Ensino Fundamental responderão a questões de Língua Portuguesa e Matemática, enquanto os do Ensino Médio farão provas com questões de Ciências da Natureza e Ciências Humanas, com uma estrutura semelhante ao do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem).
Os estudantes do 7º ano do Ensino Fundamental e do 1º ano do Ensino Médio devem fazer as provas de caneta azul ou preta e preencher o cartão-resposta. Já os estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental poderão responder com lápis e as respostas serão transferidas ao cartão–resposta pelo avaliador.