O deputado federal Arthur Lira (PP-AL) foi reeleito presidente da Câmara dos Deputados, nesta quarta-feira, 1º. O resultado foi anunciado por volta das 19h30, com 464 votos em favor do alagoano, que conduzirá os trabalhos na Casa pelos próximos dois anos. Para que fosse eleito no primeiro turno, era preciso reunir pelo menos 257 votos dos 513 deputados.
Uma das principais lideranças do centrão, empresário, advogado e pecuarista, Lira concorria ao posto contra candidaturas pouco competitivas, colocadas de forma a marcar posições. Também disputaram o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) e Marcel Van Hattem (Novo-RS).
Aliados de Lira chegam a falar em mais de 400 votos a favor do deputado, que conseguiu reunir em torno de sua candidatura desde bolsonaristas raiz até petistas de carteirinha.
Para analistas, a confirmação da eleição de Lira é, além de resultado de sua capacidade de articulação, fruto de movimento estratégico do governo, que não apresentou oponente e manifestou-se abertamente favorável a sua postulação, e do PT, que ainda no ano passado declarou apoio formal a sua recondução à presidência da Câmara.
Esse movimento se deu também em função da necessidade, de Luiz Inácio Lula da Silva, mesmo antes de assumir a Presidência da República, precisar recorrer ao apoio de Lira para aprovar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que abriu espaço fiscal para, entre outras coisas, garantir o pagamento de 600 reais do Bolsa Família.
Além de definir a pauta de votações e coordenar a distribuição de postos e relatorias, é o presidente da Câmara quem pode acatar ou rejeitar o recebimento de denúncias e pedidos de impeachment contra o chefe do Executivo.
Aliado de outrora do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, Lira recusou-se a analisar mais de 100 pedidos de impeachment oferecidos ao então presidente. Também integra a linha sucessória da Presidência da República, depois do vice-presidente da República.
Apesar da proximidade com Bolsonaro, Lira foi uma das primeiras autoridades a reconhecer o resultado das eleições gerais em outubro do ano passado que conferiram a vitória a Lula, no cenário dos sistemáticos ataques do ex-presidente ao processo eleitoral e às urnas eletrônicas.*Com informações de Redação Terra.