Bezerra põe o cargo de líder no Senado à disposição e diz que Bolsonaro é que decide permanência

O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, coloca cargo à disposição/Foto>AS

Após ter sido alvo de um mandado de busca e apreensão cumprido pela Polícia Federal na manhã de hoje, quinta-feira (19), o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), anunciou que colocou o cargo à disposição. Ele disse que quer deixar o presidente da República, Jair Bolsonaro, à vontade para decidir sobre a permanência dele na função.

“Eu já conversei, pela manhã, com o presidente [do Senado] Davi Alcolumbre e com o ministro da Casa Civil da Presidência da República, o ministro Onyx [Lorenzoni]. E tomei a inciativa de colocar à disposição o cargo de líder do governo, para que o governo possa, ao longo dos próximos dias, fazer uma avaliação se não seria o momento de proceder a uma nova escolha, ou não”, disse.

O senador Bezerra Coelho disse que a operação de busca e apreensão em seus endereços foi um excesso.

Ainda segundo o senador, “todos” [no governo] estão querendo aprofundar a análise em cima do que baseou essas ações da PF as quais ele e o filho foram alvos, para que o governo possa se manifestar. Bezerra disse ainda que, independentemente de permanecer como líder do governo, pretende continuar auxiliando o Palácio do Planalto nas pautas de interesse do governo na Casa, como as reformas da Previdência e tributária e nas matérias que envolvem o pacto federativo.
Histórico

Na manhã de hoje (19), a Polícia Federal realizou buscas no gabinete de Bezerra e em seu apartamento em Brasília. O gabinete do deputado Fernando Filho (DEM-PE), filho do senador, também foi alvo de buscas, assim como endereços em Pernambuco ligados aos dois.

As ações fazem parte da Operação Desintegração, desdobramento da Operação Turbulência, e foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal federal (STF) Luís Roberto Barroso. A PF apura um suposto esquema de propinas pagas por empreiteiras que executaram obras custeadas com recursos públicos e que, supostamente, beneficiaram os parlamentares.(Agência Brasil)