Bolsonaro diz que seria ‘ditador’ se vencesse todas as pautas no Congresso

Bolsonaro diz que seria "um ditador" ganhasse todas as pautas no Congresso/Foto: Isaac Nóbrega(PR)

O presidente Jair Bolsonaro afirmou, ontem, quinta-feira, que é bom que o governo não vença todas as pautas na Câmara de Deputados e no Senado, porque neste caso ele “não seria um presidente, seria um ditador”. A declaração foi dada em transmissão ao vivo nas redes sociais, ao comentar a decisão do Congresso de tirar o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) do Ministério da Justiça e devolvê-lo ao Ministério da Economia , na votação da medida provisória (MP) 870, que reestruturou o governo, reduzindo de 29 para 22 ministérios.

“Nós não podemos ganhar tudo na Câmara e no Senado. Não existe. Até é bom que não ganhe. Passaria a ser um presidente que não seria presidente, seria um ditador. Tudo que ele manda é aprovado, como acontece no parlamento cubano. Lá 612 parlamentares. É impressionante. Se reúnem poucas vezes por ano, e tudo é aprovado”, afirmou Bolsonaro .

O presidente reafirmou que partiu dele a decisão de pedir que sua base no Senado votasse o texto conforme aprovado na Câmara para não correr o risco da reforma administrativa perder o prazo e ser invalidada.

“Deixa o Coaf longe do Moro e perto lá do Ministro Paulo Guedes. Ninguém perdeu nada com isso”, disse o presidente. “O Coaf continua com o governo. Ou alguém acha que o Paulo Guedes vai ser uma pessoa que, em precisando de dados lá na Justiça, não vai fornecer? Ele vai fornecer. Sem problema nenhum”, garantiu.

Bolsonaro saiu em defesa da deputada Aline Sleutjes (PSL-PR) e da senadora Soraya Thronicke (PSL-MS), que passaram a se criticadas pela votação da MP 870. As duas estavam ao lado dele na transmissão ao vivo . Ele classificou as críticas como “um verdadeiro massacre de pessoas”

O presidente justificou que a primeira faltou à votação na Câmara por estar em viagem à China com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. A segunda, disse, apoiou a ida do Coaf para a Economia a pedido dele.

“Se alguém errou fui eu. Se bem que não errei também. Pedi que a MP prosseguisse sem acolhimento qualquer emenda se não perderíamos toda a reforma”, disse o presidente.(iG)