Uma moção de repúdio à declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que “o Brasil não pode pagar pela Zona Franca de Manaus” foi aprovada por unanimidade na manhã de hoje, segunda-feira (22), no plenário da Câmara Municipal de Manaus (CMM), moção que, de início, foi apresentada individualmente pelo vereador Elias Emanuel (PSDB), mas os vereadores decidiram apresentar em conjunto, em nome da Casa.
“Essa é uma moção de repúdio da Casa Legislativa Municipal, temos que defender o modelo Zona Franca, que é a principal fonte de economia do estado. A Câmara está atenta a todas as discussões sobre o assunto e, se necessário formará uma comissão para defender esse modelo econômico, que gera empregos diretos e indiretos no Amazonas”, destacou o presidente da Casa, vereador Joelson Silva (PSDB).
O vereador Claudio Proença (PR) disse querer acreditar que o presidente Jair Bolsonaro não assina embaixo da declaração de seu ministro. “Esse ministro deveria ser exonerado porque foi covarde: qual empresário que pudesse estar pensando em montar uma indústria no Amazonas que vai continuar com essa ideia depois de uma declaração dessa?”.
Para o vereador Hiram Nicolau (PSD), sua decepção maior foi ver amazonenses se manifestando nas redes sociais contra a Zona Franca de Manaus. “Uma coisa é discutir alternativas econômicas, outra é ser contra a fonte de mais de 400 mil empregos diretos hoje no Estado, mais alguns milhares pelo país”, afirmou.
O vereador Dante (PSDB) criticou a postura neutra de alguns parlamentares federais frente à fala do ministro. “Teve deputado da bancada que comeu abiu e nada falou, e não dá para ficar neutro nesse momento. Queremos e devemos discutir alternativas à economia do Estado, mas não é o momento para falar em fim da ZFM”.
A fala do ministro foi ao ar em entrevista à Globo News na quarta-feira (17/4): “Não vou mexer com a Zona Franca, está na constituição. Agora, se todos os impostos caíssem para zero? Eu não mexi na Zona Franca de Manaus. […] Eu não economizei 25 bilhões, eu simplifiquei. Quer dizer agora que o Brasil não pode ficar mais eficiente? […] Então quer dizer que eu tenho que deixar o Brasil bem ferrado, bem desarrumado, porque, senão, não tem vantagens para Manaus?”.