Cine Casarão tem duas estreias sensacionais nesta semana: “Diário de Classe” e “Raiva”

Atores do filme "Raiva"/Reprodução

“Diário de Classe” e “Raiva” sãos dois filmes que estreiam nesta semana no Cine Casarão na Rua Barroso no Centro. Os ingressos custam R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), que já podem ser adquiridos antecipadamente no Casarão de Ideias.

Diário de Classe, que estreia no Cine Casarão quinta-feira (21), retrata a invisibilização de mulheres negras na educação e mostra como machismo, racismo e transfobia contribuem para a perpetuação desse cenário.

Em três salas de aula para adultos se destacam três mulheres que têm em comum o desejo de melhorar de vida por meio do estudo. Vânia frequenta as aulas no presídio feminino enquanto acompanha o lento desenrolar de seu confuso processo criminal, a empregada doméstica Maria José todas as noites vai às aulas da Educação de Jovens e Adultos levando junto a filha pequena, e a adolescente transsexual Tifany busca se adaptar à vida em abrigo e ser tratada pelo nome que escolheu, não mais pelo que consta em seus documentos.

Já em “Raiva”, de Sergio Trefaut, se enquadra-se na realidade do país, que “caminha para a catástrofe absoluta com o Governo Bolsonaro”, afirma a produtora Carolina Dias, da Refinaria Filmes.

“Raiva”, uma coprodução entre Portugal, Brasil e França, dirigida por Sérgio Tréfaut, passa-se nos anos de 1950, nos campos do Baixo Alentejo, em plena ditadura de Oliveira Salazar, e mostra um interior assolado pela pobreza extrema, que, na visão da produtora brasileira, poderá ajudar o Brasil a refletir sobre os tempos que o país sul-americano atravessa agora.

Sérgio Tréfaut, realizador do filme, nascido no estado brasileiro de São Paulo, partilha da opinião de Carolina Dias e defende que “Raiva” é um filme extremamente atual para o Brasil, “retratando uma situação de abuso perpetrada por quem tem meios financeiros e perverte o poder político, o poder religioso, a polícia e, implicitamente, o poder judicial”.

O filme fechou em maio do ano passado o festival IndieLisboa, foi apresentado em diferentes certames internacionais e teve estreia no circuito comercial português no final de outubro, em salas de Lisboa, Porto, Coimbra e Évora.

Cartaz

Ainda é possível assistir aos filme, “Pastor Cláudio”, escrito e dirigido por Beth Formaggini. O longa mostra o encontro entre o pastor evangélico Cláudio Guerra, que é ex-delegado e responsável por assassinar opositores à ditadura militar no Brasil, e Eduardo Passos, psicólogo e ativista dos Direitos Humanos, que trabalha no atendimento a vítimas da violência do Estado.

Membro ativo da comunidade evangélica, o pastor revela, entre outros crimes, como fazia para desaparecer com corpos durante sua atuação nesse período sombrio. Para registrar a conversa do religioso com o psicólogo, a diretora usou um telão onde projeta imagens de vítimas desse passado que perdura.

O terror nacional “Mal Nosso”, continua em cartaz e traz em seu enredo, Arthur (Ademir Esteves e Fernando Cardoso), um homem com poderes mediúnicos, é avisado pelo seu mentor espiritual que uma entidade demoníaca pretende destruir a alma de sua filha. De maneira drástica, encontra um serial killer na deep web e contrata seu serviço.

‘Mal Nosso’ é considerado um dos filmes mais surpreendentes do ano e já foi selecionado para mais de 30 festivais internacionais, entre eles o Sitges Film Festival (Espanha) e o Frightfest – The Dark Heart of the Cinema (Inglaterra).

Últimas semanas do argentino “As Filhas do Fogo”. Ele fala sobre três mulheres que insatisfeitas com suas próprias vidas, independentes de meia-idade se encontram por acaso, bem longes de suas casas, e começam a se relacionar de maneira poliamorosa. Quando percebem que estão livres daquilo que acreditam ser regras sociais possessivas, elas decidem formar um grupo cujo propósito é libertar outras mulheres que estejam passando pelos mesmos problemas.