A Colômbia terá que destinar entre 0,23% e 0,41% de seu PIB em curto prazo, para atender os migrantes venezuelanos que fogem da crise em seu país, embora, se for bem gerida, a onda migratória poderá gerar lucro em médio e longo prazo.
Assim advertiu um relatório do Banco Mundial apresentado hoje, sexta-feira (02), em Bogotá, que também assinala que o êxodo afeta as “populações mais vulneráveis”, especialmente indígenas e crianças, de ambas as nações.
“Os efeitos da prestação adicional dos serviços de educação, saúde, água, primeira infância, atendimento humanitário, serviços de emprego e fortalecimento institucional seriam de entre 0,23% e 0,41% do PIB do país, dependendo da capacidade de absorção de cada setor”, assinala o documento.
O relatório “Migração da Venezuela à Colômbia: impactos e estratégia de resposta em curto e médio prazo”, realizado em conjunto com o governo, destaca que a chegada de migrantes “pressiona mais os sistemas que já são limitados”, como de educação e saúde.
Nos últimos anos, a Colômbia recebeu mais de um milhão de venezuelanos, dos quais regularizou 820 mil.
O presidente colombiano, Iván Duque, assegura que o país destina 0,5% do PIB – aproximadamente 1,348 bilhão de dólares – para atender os migrantes.
O relatório também assinala que a onda migratória poderia dinamizar em longo prazo a economia colombiana, que em 2017 reportou o seu pior crescimento em uma década pela queda dos preços do petróleo.
“Embora a migração tenha impactos negativos em curto prazo, seu manejo adequado pode criar crescimento econômico em médio e longo prazo”, assinala.
De acordo com simulações analisadas pelo Banco Mundial, se migrarem meio milhão de pessoas em idade ativa para a Colômbia, o crescimento econômico se aceleraria 0,2 ponto percentual.(Terra/IstoÉ)