Com ingresso em euro, festa para europeus em barco de luxo no rio Negro termina em prisões

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Uma festa realizada dentro de um barco de luxo, com a participação de um grupo de turistas brasileiros e estrangeiros, foi encerrada no início da noite desta terça-feira (06), por equipes do Grupo Força Especial de Resgate e Assalto (Fera) e do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO). Ao todo, foram interceptadas três embarcações de luxo. Em uma delas, denominada Ana Beatriz 1, era realizado um evento, há cinco dias, intitulado “Amazon Immersion”.

As outras duas embarcações, chamadas Mano Zeca e Hélio Gabriel, acompanhavam o barco onde era realizada a festa, mas sem a presença de passageiros. O pacote foi pago em euro e, além da festa na embarcação, incluía atrações turísticas típicas da região, como mergulho com botos e visita a aldeias indígenas. Cerca de 60 pessoas, que desrespeitavam medidas de prevenção à Covid-19, como uso de máscara e distanciamento social, foram conduzidas à delegacia para investigação do crime de descumprimento de medidas sanitárias, artigo 268 do Código Penal.

“Boa parte deles é estrangeira, e vieram provavelmente para conhecer a Amazônia, mas em um contexto muito triste. Nós estamos batalhando, vidas estão sendo perdidas, a polícia está na rua para coibir esse tipo de coisa para que a gente passe rapidamente pela pandemia. Mas, infelizmente, algumas pessoas insistem em desobedecer”, ressaltou Bruno Fraga, diretor do Departamento de Repressão ao Crime Organizado (DRCO).

Ele destaca que todos os participantes serão ouvidos. “Flagramos diversas pessoas realizando uma festa, a grande maioria sem máscaras, consumindo bebidas e desrespeitando o decreto estadual. Vão ser conduzidos à delegacia, vai ser feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), todas as pessoas que estavam praticando essa aglomeração vão ser levadas para a delegacia, vão ser ouvidas e todos vão ser responsabilizados”, acrescentou Bruno Fraga.

“Nós constatamos estrangeiros das mais diversas nacionalidades, brasileiros também, pessoas de diversos cantos do país, de alto poder aquisitivo, com acesso à informação. Eles estão desde o dia 2 de abril navegando, passaram por comunidades indígenas. Nós vemos muitos estrangeiros falando sobre a nova cepa aqui no Amazonas, está todo mundo criticando, quando na verdade nós sabemos da fragilidade dos nossos índios em contato com pessoas de fora, principalmente em uma situação dessas”, destacou o delegado Juan Valério, coordenador do Grupo Fera.(Portal Marcos Santos)