Os corpos do cabo C. Souza e do sargento M. Wagner, mortos durante um confronto na comunidade da Terra Preta, em Nova Olinda do Norte, ontem (3), chegaram a Manaus por volta de 09h30 nesta quarta-feira (04). Também foram trazidos para a capital outros dois feridos, o tenente Molaiz, que levou um tiro no braço, e o cabo Rocha, que foi ferido no pescoço, provavelmente com tiro de espingarda, em razão dos fragmentos encontrados.
Corpos
Conforme informações do local, o sargento levou dois tiros na cabeça e o cabo foi atingido fatalmente pelas costas, tendo marcas de tiros de pistola e espingarda. O confronto ocorreu com equipes da Companhia de Operações Especiais (COE) e do Batalhão Ambiental da Polícia Militar, alvos de possível emboscada no rio Abacaxis. Entenda o caso Uma operação policial, com cerca de 21 homens, na comunidade da Terra Preta, no rio Abacaxis, em Nova Olinda, terminou em tragédia.
Dois policiais foram feridos e dois mortos ontem. Moradores – ou integrantes da facção criminosa Comando Vermelho (CV) – haviam atirado num pescador. A polícia foi até lá para desarmar a comunidade, mas foi recebida à bala. Em Nova Olinda, para onde os policiais foram levados, a população foi para a frente do hospital. Fala-se que cinco dos atacantes ficaram feridos no rio Abacaxis, mas essa informação não foi confirmada.
O próprio superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Silva Saraiva, entrou em contato com a Secretaria de Segurança (SSP) oferecendo ajuda. A PF não estava envolvida, até então, na operação. “É uma questão de honra para nós não deixar passar isso em branco”, reafirmou o secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Louismar Bonates.
Resgate
O secretário determinou a adoção de todas as medidas para o resgate dos militares. Os dois policiais que ficaram feridos, um no braço e outro no pescoço, receberam os atendimentos médicos e estavam vindo para Manaus. Restam poucas dúvidas, para a polícia, de que se trata de integrantes do CV, tentando dar proteção aos produtores de maconha. Também há extração clandestina de ouro. A inteligência da SSP tem informação de que isso está ocorrendo em outros rios. “Não vamos mais permitir esse fechamento de rios e lagos por comunitários ou bandidos travestidos de comunitários. Eles que façam acordos de pesca e ajam dentro da legalidade. Receber pescadores a tiros não é algo que possamos tolerar”, disse Bonates.
Rio Abacaxis
O confronto no rio Abacaxis começou quando um grupo de pescadores foi rechaçado por ditos moradores, na semana passada. Um deles, o secretário-adjunto do Fundo de Promoção Social (FPS), do Governo do Estado, Saulo Moisés Rezende da Costa, foi alvejado no ombro. O grupo teve que retornar às pressas para Manaus e fez a denúncia do ocorrido no 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP).
A partir daí, a SSP preparou uma ação das polícias Civil e Militar para ir até o local e desarmar os agressores. A operação, sigilosa, começou no amanhecer de sábado e culminou com a troca de tiros desta segunda (03/07). O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Ayrton Norte, embarcou com reforço de pelo menos 30 homens para nova operação policial na região, nesta terça-feira (04/08).
Fonte: Portal Marcos Santos