Estimular estudantes da rede estadual a manterem os estudos, mesmo sob o isolamento social que acontece em todo o país por conta da Covid-19, é um dos desafios que professores enfrentam diariamente em Manaus e no interior. Muitos deles estão se utilizando das redes sociais para incentivar os alunos a acompanhar os conteúdos do projeto “Aula em Casa”, regime especial de aulas não presenciais das redes estadual e municipal de ensino.
Esse é o caso da professora de Língua Estrangeira, Tatiana Vasconcelos. Por meio do seu Instagram pessoal, ela, que atua na Escola Estadual Professor Sebastião Augusto Loureiro Filho, cria enquetes e perguntas, e acompanha, juntamente com seus estudantes, todas as aulas transmitidas pela TV Encontro das Águas.
“Estamos enfrentando um momento delicado e, ao mesmo tempo, vejo o quanto as redes sociais se tornaram parte da vida dos alunos. Por isso, busco através da Internet incentivá-los a assistir aos conteúdos do ‘Aula em Casa’, ao mesmo tempo em que promovo a interação, para que a dedicação deles dure até o final desse período sem aulas presenciais”, afirmou a educadora.
Tatiana conta, ainda, que os estudantes vêm utilizando todas as ferramentas disponíveis (como aplicativos) para tirarem suas dúvidas. “A proposta do projeto é excelente! Os alunos respondem, mandam fotos, vídeos. Recebemos algumas dúvidas e as respondemos, também. Porém, devo ressaltar que o resultado dessa força-tarefa envolve os pais e responsáveis, que precisam atuar junto aos estudantes para que as aulas sejam acompanhadas diariamente”, completou.
Alternativa – No momento em que os jovens estão cada vez mais envolvidos com redes sociais, surgem inúmeras alternativas de como tornar a Internet um espaço de aprendizagem. Assim fez a professora de História, Priscila Diógenes. Ela, que atua na da Escola Estadual José Bentes Monteiro, criou um perfil em uma rede social para que os alunos tirem suas dúvidas quanto aos assuntos trabalhados a distância pelo projeto “Aula em Casa”.
“Resolvi criar este perfil para trabalhar os conteúdos com os alunos e, também, para orientá-los quanto ao acesso a todas as plataformas [AVA, Saber+ e YouTube]. Além disso, busco incentivá-los para que todos os questionamentos sejam respondidos. Hoje mesmo gravei um vídeo pedindo para que eles conversem comigo e que busquem usar a tecnologia a nosso favor, e o enviei à gestora para que distribua aos pais e responsáveis, assim como aos estudantes”, revelou a educadora.
Como seus alunos estão na faixa etária de 10 a 13 anos, Priscila observa, também, as possibilidades de formular um novo espaço de ensino diante desse momento de isolamento. “Sem dúvida, dá para conciliar, através do projeto, as aulas que estão sendo transmitidas com o conteúdo que eu já trabalhei ou vou trabalhar. Inclusive, em uma das turmas em que leciono, aconteceu de o assunto que está sendo transmitido na TV não estar presente no livro. Então, procurei uma pequena apostila com um texto curto sobre o assunto, contendo exercícios de fixação, com o intuito de repassar aos estudantes e ficar atenta para que todos os conteúdos sejam aproveitados durante esse período”, acrescentou.
A professora pontua, ainda, que tais ferramentas permitem a interação de alunos de todo o estado. “O aplicativo ‘Mano’ permite que estejamos em contato com estudantes instantaneamente e, assim, tenho respondido demandas de alunos de outros municípios, com orientações sobre o uso das plataformas e do conteúdo”, finalizou Priscila.
Reinvenção – Para o educador Fabiano Souza, do Centro Educacional de Tempo Integral (Ceti) João dos Santos Braga, a utilização das mídias sociais durante o período de isolamento é necessária e importante. “Para a gente, professor, está sendo um desafio. Muitas vezes, trabalhamos por mais de 8 horas fazendo esse acompanhamento com os alunos. No entanto, é necessário e importante para que possamos nos reinventar nas metodologias que usamos para levar conhecimento aos alunos”, reforçou Fabiano.
Assim como Priscila e Tatiana, ele está utilizando outros recursos virtuais para atender à demanda educacional dos estudantes. “Estamos, por exemplo, usando plataformas como o Google Sala de Aula e acompanhando os vídeos postados nas páginas do Governo do Amazonas para que o aluno tenha acesso. Além disso, utilizamos ambientes virtuais de aprendizagem, que podem ser encontrados em formato de aplicativos para celular, e fazemos um acompanhamento junto com estudantes e pais, a partir de mídias sociais”, encerrou o professor.