O Fórum de Secretários da Amazônia Legal – que integra a Força Tarefa dos Governadores para o Clima e Florestas (GCF) – esteve reunido, nesta quarta-feira (20/10), em Belém, no estado do Pará. A principal pauta do encontro foi sobre os próximos passos que serão adotados pelos estados para adquirir financiamento pela redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), por meio de projetos de REDD+.
No início do mês, o Amazonas e outros sete estados da Amazônia Legal receberam a confirmação de aptidão para integrar a Coalizão Reduzindo Emissões pela Aceleração do Financiamento Florestal (Leaf), coordenada pela Emergent, entidade norte-americana sem fins lucrativos. Trata-se de coalizão global voluntária que reúne empresas e governos para fornecer financiamento para a conservação de florestas tropicais e subtropicais de acordo com a escala do desafio da mudança climática.
O secretário de Estado do Meio Ambiente do Amazonas, Eduardo Taveira, que também preside o Fórum, falou sobre a importância da aplicação dos estados à Coalizão Leaf. “A iniciativa vai colocar a Amazônia em uma rota de financiamento, a partir do crédito de carbono e dos esforços que os estados vão fazer para reduzir suas emissões”, explicou.
De acordo com o secretário, as transações comerciais, a partir do Leaf, vão ajudar a financiar a economia verde, por meio de novas matrizes produtivas nos estados e, também, serão componentes para a implementação de projetos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que beneficiará diretamente as comunidades tradicionais, ribeirinhas e indígenas em toda a Amazônia.
Durante o encontro, o GCF também debateu sobre a participação dos estados na COP26, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática de 2021, onde os primeiros acordos e negociações de crédito de carbono devem acontecer, no mês de novembro, em Glasgow, na Escócia.
Manaus Action Plan – Um dos principais componentes das estratégias de atuação do GCF é o Manaus Action Plan, um documento norteador de nível global, que irá nortear políticas públicas adequadas para a conservação das florestas, para a redução dos impactos das mudanças climáticas na qualidade de vida das populações tradicionais e na redução da pobreza nessas áreas.
O plano foi construído por meio de reuniões regionais, em que cada país membro do GCF registrou suas visões e perspectivas, com base nas suas particularidades, a fim de construir um Plano Global de soluções inovadoras para as florestas, a sociedade e a economia verde.
Próximas pautas – Na quinta-feira (21/10), o comitê se reúne para compartilhar visões para bioeconomia e mercado de carbono de REDD+ (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal). Jason Gray, chefe do Programa Cap-and-Trade, do California Air Resources Board, irá dividir com os secretários e governadores sua experiência nos esforços para descarbonização no Estado da Califórnia, Estados Unidos.
O GCF também fará uma mesa redonda para tratar sobre os elementos chave para a construção de uma agenda coletiva de bioeconomia. A discussão terá apresentações sobre o Plano Amazônia Agora, o Fundo Amazônia Oriental, as perspectivas da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento (Usaid), e ainda a apresentação de estudos sobre cadeias de calor e perspectivas do setor privado.