EMBRAPA CONTRIBUI COM TECNOLOGIAS AVANÇADAS PARA O DESENVOLVIMENTO AGROPECUÁRIO SUSTENTÁVEL DA AMAZÔNIA – Por Osíris M. Araújo da Silva

Artigos: Economista Osiris Messias Araujo da Silva/Foto: Arquivo

De acordo com estudos avançados da Embrapa, a empresa contribuirá para ajudar produtores no que tange à pressão internacional por desmatamento zero e melhor uso da terra tanto na Amazônia quanto no Cerrado incentivando, por exemplo, os modelos integrados e a ILPF (Integração Lavoura Pecuária Florestas). Dados da instituição informam haver 17 milhões de hectares cultivados com o sistema ILPF, sendo a maioria integração-lavoura-pecuária (ILP). A Embrapa vem trabalhando via Rede ILPF para alcançar 30 milhões de
hectares, incluindo a integração com o reflorestamento. No Norte, vem se desenvolvendo em larga escala sistemas agroflorestais, com cacau, café e açaí. Além disso, trabalha com a dimensão sobre o uso de cobertura da terra, participando dos projetos TerraClass Amazônia e TerraClass Cerrado, que, a partir de dados do Prodes, classificam e analisam os dados.

De acordo com o site da Embrapa, vem sendo trabalhado o modelo junto com os Ministérios da Agricultura, do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia para ampliar o programa para os outros quatro biomas brasileiros. A partir da classificação dos dados, é possível ter um monitoramento melhor da dinâmica de uso e cobertura da terra e trabalhar com políticas públicas para incentivar o uso dessas tecnologias, visando à adoção da agricultura regenerativa. De acordo com a presidente da empresa, Silvia Massruhá, “a agricultura de baixo carbono já está sendo concretizada há mais dez anos, o Plano de Agricultura de Baixo Carbono, hoje “RenovaAgro”. No Brasil, começamos a estabelecer alguns protocolos, o de soja e carne e leite de baixo carbono por meio de parceria público-privada. Agora, estamos avançando no cálculo da pegada de carbono do ciclo de vida do sistema de produção”.

Massruhá salienta que “a Embrapa tem uma metodologia já reconhecida e validada internacionalmente. O balanço da pegada de carbono começou com a cana-de-açúcar e avançou para soja, milho, leite e café. É uma metodologia que estamos aplicando em outras cadeias produtivas. A agricultura emite carbono, mas sequestra também. Na análise do ciclo, muitas vezes o saldo é positivo. Portanto, temos que trazer esses dados por cadeia e referências tropicalizadas, visando às exigências de mercado”.

Em relação à produção sustentável de alimentos, a Embrapa desenvolveu o App TecAmazônia: tecnologias para a agricultura sustentável no Bioma Amazônia. Trata-se de um App gratuito, que apresenta soluções tecnológicas sustentáveis da Embrapa para a produção agropecuária no bioma da região. Abrange cultivares,
práticas agropecuárias, processos agroindustriais, metodologias, entre outros tipos. O site da empresa informa que as buscas podem ser feitas por produto (mandioca, milho, açaí, leite, aves, dentre outros) ou por localização. Esta pode ser selecionada a partir de uma lista dos municípios do bioma ou com o uso do GPS do smartphone.

O aplicativo mostra onde encontrar e dá acesso a materiais de apoio (publicações, vídeos, áudios) sobre cada tecnologia. Permite, ainda, que o usuário faça avaliações e registre sua opinião sobre as soluções tecnológicas apresentadas. A tecnologia gera enormes benefícios sociais e econômicos ao organizar soluções sustentáveis para o bioma amazônico, facilitando ainda a busca de tecnologias para os produtos agropecuários mais recorrentes na região.

Segundo a Embrapa, o App pode ser acessado mesmo sem conexão com a internet, e permite o uso em campo por produtores rurais, extensionistas, gestores públicos e de organizações privadas, ou qualquer pessoa com interesse no desenvolvimento sustentável no bioma Amazônia por meio da tecnologia. Participam do projeto as
seguintes unidades: Embrapa Amazônia Oriental, Embrapa Amazônia Ocidental, Embrapa Acre, Embrapa Amapá, Embrapa Rondônia, Embrapa Roraima, Embrapa Maranhão, Embrapa Agrossilvipastoril, Embrapa Pesca e Aquicultura.( Osíris M. Araújo da Silva é Economista, Consultor de Empresas, Professor, Escritor e Poeta – [email protected])-08.09.25