Há seis meses Alexandre Segadilha iniciava as atividades de equoterapia. O menino, de 7 anos, tem Síndrome de Down e Transtorno do Espectro Autista (TEA) e hoje já consegue interagir com os cavalos e com os animais domésticos da família. Ele participa do modelo terapêutico ofertado no Núcleo de Equoterapia da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), em parceria com a Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc).
Nesta segunda-feira (27/02) iniciaram as atividades de 2023 e a turma de Alexandre foi a primeira a realizar a atividade. Durante 30 minutos ele faz a equoterapia auxiliado pela equipe profissional. Cristina Segadilha, mãe de Alexandre, conta que o filho não gosta de contato físico, mas que depois da terapia com os cavalos passou a aceitar alguns contatos.
“Os ganhos que ele teve foi com a acessibilidade tátil. Ele é muito sensível, não gosta de toque, então hoje em dia ele já aceita, graças a Deus. Espero que ele ganhe mais [autonomia] com a equoterapia, já que em seis meses ele teve esse ganho de acessibilidade, então esse ano ele vai ganhar muito mais”, reflete a dona de casa.
Jussara Pedrosa, titular da Sejusc, diz que parceria entre as secretarias possibilita progressos às pessoas com deficiência (PcDs).
“Esse modelo terapêutico é realizado com muita responsabilidade pela Cavalaria, e a Sejusc participa com cessão de servidores para o quadro funcional e também no auxílio das pessoas com deficiências, com orientações sobre a equoterapia, como ingressar no modelo terapêutico, tudo para prestar o melhor serviço de ambas as secretarias, como determina o governador Wilson Lima”, frisa a secretária.
Como funciona
A equoterapia é um método terapêutico educacional que utiliza o cavalo entre várias disciplinas, interdisciplinar e multidisciplinar, para ajudar pessoas com deficiência ou necessidades especiais, a ganhar melhorias psicomotoras e sociais. O serviço conta com uma equipe multidisciplinar, com psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e veterinários. O tenente Strieder, chefe do Núcleo de Equoterapia explica que o programa é gratuito e como se dá a entrada.
“Primeiramente o responsável tem que vir com o parecer médico indicando a criança para a prática da equoterapia e aí com esse parecer ele nos procura, é um projeto social aberto a todos, não tem cobrança de nenhum tipo de taxa ou de participação. O candidato a praticante passa pelo crivo da equipe multiprofissional e a partir daí ele entra numa lista de espera. O tempo de tratamento é de 6 meses a 2 anos”, indicou o tenente.
“A primeira fase é utilizada mais nas crianças que têm alguma dificuldade em ficar em cima do cavalo, vai precisar de mediadores para apoiar, para segurar a criança, para conduzir. Na segunda fase, que é a reeducação, a criança já consegue se manter sozinha sobre o cavalo. Já na terceira e quarta fase, a pré-esportiva e a esportiva, o praticante tem condições de conduzir o cavalo sozinho, como se fosse um cavaleiro”, emendou o tenente.
A lista de espera do programa está com um tempo mais curto. Neste ano, são 132 praticantes entre crianças, jovens e adultos, divididos nas quatro fases. A cada alta são chamados novos candidatos.