Fundado em 3 de agosto de 1960, o complexo Federação das Indústrias do Amazonas (FIEAM), a 18ª dentre as 26 entidades do Brasil, é presidida pelo empresário Antonio Silva, o sexto a assumir os destinos do Sistema. A entidade foi dirigida, nesse período, por Abrahão Sabbá (o fundador), Antônio Simões, do grupo Simões, João de Mendonça Furtado (indústria madeireira), Francisco Garcia (indústria e comércio) e José Nasser (construção civil). Como as demais, é também vinculada à Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Desde sua instalação administra importante sistema de assistência social e de ensino profissional por intermédio do Serviço Social da Indústria (SESI) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), fundados no Amazonas, respectivamente, em 1949 e 1957. A eles se soma o Instituto Euvaldo Lodi (IEAL), criado pela CNI em 1970. Amplamente reconhecidas por proporcionar educação de alto padrão de qualidade, assistência especializada ao trabalhador, serviços técnicos e tecnológicos, as três instituições constituem forte elo entre os centros de conhecimento e o mercado de trabalho do setor industrial. Outro ponto alto no apoio social aos trabalhadores e à população em geral é o Clube do Trabalhador do Amazonas, um dos maiores complexos esportivos dedicados aos trabalhadores de todo o país, que completa em setembro próximo 40 anos de atividades.
A Federação atua ainda em outras importantes frentes, destacando-se o Departamento de Assistência à Média e Pequena Indústria (Dampi), Comitê de Apoio ao Desenvolvimento do Agronegócio (Cadaam), Centro Internacional de Negócios (CIN), Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial (Cide). Por intermédio do Sesi e do Senai contribui significativamente para o fortalecimento da atividade industrial no Amazonas ao estimular a educação profissional e a formação de mão de obra, promover qualidade de vida e educação básica para os trabalhadores e seus dependentes.
Durante estas seis décadas a Fieam proporcionou cerca de 800 mil matrículas efetivadas pelo Senai em todo o Estado, com destaque à atuação dos barcos-escola Samaúma, que já somou 60 mil atendimentos em 65 municípios de praticamente toda a região amazônica. Somente em 2020, com o novo Ensino Médio Profissionalizante, realizado conjuntamente por Sesi e Senai, 146 alunos preparam-se nos cursos técnicos em Eletrônica, Mecânica, e em Rede de Computadores. Outra inovação no campo da formação de pessoas para o mundo do trabalho diz respeito ao programa “Educação de Jovens e Adultos Profissionalizante”, que neste ano letivo registra 1.647 alunos matriculados nos cursos de Assistente de Qualidade, Eletricista Residencial, Operador de Microcomputador, Padeiro e Almoxarifado.
Presidir a Fieam, com efeito, impõe uma série de atribuições de alta responsabilidade e complexidade, além do que, sobretudo, consciência social e cívica na formação educacional de cidadãos, que extrapolam a rotina do mundo dos negócios. Como representante máximo do segmento industrial amazonense, a entidade lidera um pool de 27 sindicatos patronais representantes dos mais variados ramos de atividade do setor no Estado: da construção naval aos artefatos de borracha, dos aparelhos eletrônicos às massas alimentícias e bebidas. A gestão deste setor é exercida pelo Departamento de Relações do Trabalho (DRT).
A Fieam é reconhecidamente uma força de respeito na defesa da Zona Franca de Manaus e da economia estadual ao lado de FAEA, ACA, FComércio e CIEAM. De acordo com o presidente Antonio Siva, a Fieam “está sempre atenta a costumeiros jogos de interesses exercidos no Congresso Nacional que eventualmente possam prejudicar a ZFM e nossa economia”. Para tanto foi criado o “Observatório da ZFM” em Brasília, mantido por várias entidades, o qual proporciona à representação parlamentar amazonense inestimável apoio à agenda legislativa do interesse do Estado na Câmara e no Senado Federal.(Osíris M. Araújo da Silva é Economista, Consultor de Empresas, Escritor e Poeta – [email protected])