A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM) emitiu nota, na noite de ontem (09), em que comprova que a curva de óbitos por Covid-19 apresenta estabilidade desde agosto, com média diária de cerca de três mortes pela doença. Também mostra que não há aceleração de óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Manaus, contestando alegações infundadas do pesquisador Jesem Douglas Orellana.
De acordo com a Fundação, os dados epidemiológicos registrados nos sistemas do Ministério da Saúde e publicados pela FVS-AM não demonstram aumento significativo de óbitos nos meses de junho, julho e agosto. Na nota, assinada pela diretora-presidente Rosemary Costa Pinto, a FVS também repudia a postura desrespeitosa do pesquisador, que integra os quadros da Fiocruz, em relação à seriedade da Fundação.
Mudança nos critérios – Conforme a nota, a alta recente na totalização de óbitos por Covid-19 no Amazonas se deve à revisão, feita pela Prefeitura de Manaus, da classificação mortes por SRAG não especificadas entre abril e junho. Nesse período, houve registro de 654 mortes por SRAG que não atendiam à definição inicial de Covid-19 como causa, conforme os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde na época.
A partir do dia 05 de agosto, a Prefeitura de Manaus iniciou a revisão das 654 mortes por SRAG não especificadas de acordo com novos parâmetros do Guia de Vigilância Epidemiológica da Covid-19, do Ministério da Saúde, incluindo critérios como avaliação clínica e tomografia para encerramento de óbitos pela doença, além dos confirmados por critérios clínico-epidemiológicos e laboratoriais por RT-PCR e testes rápidos.
Dos 654 óbitos em revisão, 202 foram reclassificados e incluídos na contagem geral de mortes por Covid-19 no Amazonas, até o dia 2 de setembro.
Enterros e óbitos por SRAG – A nota emitida pela FVS-AM ressalta que, de acordo com dados divulgados pela Prefeitura de Manaus, não há tendência de aumento no número de enterros, como declarou o pesquisador Jesem Douglas Orellana.
A média móvel de sepultamentos aponta uma variação de 7% nos últimos 14 dias em Manaus, dentro dos padrões pré-pandemia. Eventual alta em sepultamentos não significa, necessariamente, que são decorrentes de Covid-19, já que há registros por causas externas como homicídios e acidentes de trânsito.
A FVS também não registra aceleração de óbitos por SRAG, como mencionou o pesquisador. A evolução no número de óbitos pela data da ocorrência mostra uma variação de 2%: a média diária de 3,6 óbitos em 23 de agosto subiu para 4 óbitos em 5 de setembro, o que é esperado, considerando a gravidade dos casos de SRAG.
Desrespeito – A FVS-AM frisa que a postura de Jesem Douglas Orellana não reflete a isenção de seus pares pesquisadores da Fiocruz; além de demonstrar falta de respeito com as vidas perdidas para a Covid-19 no Amazonas, bem como com os profissionais de saúde que permanecem se dedicando a salvar vidas.
A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas finaliza a nota repudiando o desrespeito do pesquisador com a instituição que, assim como a Fiocruz, é composta por profissionais dedicados e éticos; que nunca publicou dados falsos e não minimizou a situação epidemiológica da pandemia.