
A iniciativa leva atendimento integrado ao SUS para comunidades amazônicas, unindo saúde pública e conservação ambiental…
Em junho, quando o mundo celebra o Dia Mundial do Meio Ambiente, 5/6, o lançamento do projeto SUS na Floresta reforça a urgência de integrar saúde pública e conservação ambiental na região mais biodiversa do planeta. O projeto é executado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS) com parceria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fundo Vale e Umane, e gestão parceira do Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS).
A iniciativa vai levar acesso qualificado à Atenção Básica de Saúde para comunidades remotas no interior do Amazonas, com soluções sustentáveis e tecnológicas ajustadas aos preceitos do Sistema Único de Saúde (SUS).
Por meio da construção de cinco pontos de apoio à saúde e a assessoria técnica para o desenvolvimento da Saúde Digital nos municípios parceiros, fortalecendo a oferta de teleatendimentos integrados ao SUS, o projeto atenderá diretamente mais de 6.700 pessoas nos municípios de Carauari, Itapiranga, Novo Aripuanã, Eirunepé e Uarini, beneficiando principalmente moradores das Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uacari, Juma, Mamirauá e Uatumã, e Reserva Extrativista (Resex) Rio Gregório – territórios onde floresta em pé e vida saudável devem caminhar juntas.
“O SUS na Floresta é mais do que um projeto. É uma proposta concreta de como levar saúde de qualidade a quem vive nos lugares mais remotos da Amazônia profunda, com tecnologia, inovação e escuta ativa das comunidades. É um modelo com alto potencial de replicabilidade em outras regiões da Amazônia Legal”, destaca Valcléia Lima, superintendente de Desenvolvimento Sustentável de Comunidades da FAS.
Saúde como ferramenta de justiça socioambiental
O projeto nasce em um contexto preocupante: a precariedade e a falta de acesso aos serviços de saúde em áreas rurais e ribeirinhas da Região Norte. Segundo dados oficiais, há menos de 11 médicos para cada 10 mil habitantes na região, número bem abaixo da média nacional. Ao mesmo tempo, são esses territórios que mantêm a floresta preservada e contribuem diretamente para o equilíbrio climático do planeta.
Fortalecer o SUS nesses locais significa não apenas cuidar de pessoas, mas também proteger os guardiões da floresta e valorizar modos de vida sustentáveis. A proposta articula atendimento presencial com telessaúde, por meio de tecnologia de ponta, capacitação de profissionais locais e construção de estruturas físicas.
O líder comunitário da comunidade Ubim, localizada na Resex Rio Gregório, em Eirunepé, Francisco Erly, de 24 anos, celebra a chegada do projeto. “Vai ser ótimo, porque vai facilitar muito, porque muitas vezes têm consultas que dá pra fazer aqui [na comunidade]. Quando a gente precisa de acesso ao médico, a gente se desloca da comunidade para a cidade. [Agora,] com um ponto de telessaúde para nós vai melhorar bastante”.(Fonte: Up Comunicações/FOTO: Orlando Jr.)
Iniciativa que deixa legado
Além da infraestrutura e do suporte tecnológico, o projeto oferece apoio técnico para gestão de telessaúde e ações de educação permanente para profissionais de saúde, visando à sustentabilidade das ações pelos próprios municípios após o término do projeto.
Os atendimentos serão realizados por profissionais vinculados às Secretarias Municipais de Saúde, integrados à estratégia nacional de Saúde da Família. Isso garante que os novos polos de saúde estejam inseridos na lógica de territorialização do cuidado — fortalecendo vínculos, respeitando saberes tradicionais e promovendo saúde com base na realidade de cada território.
No mês em que o planeta olha para a Amazônia com ainda mais atenção, o SUS na Floresta mostra que cuidar da saúde das pessoas é também uma forma de cuidar da saúde do meio ambiente.
Sobre a FAS
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia e valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 17 anos de atuação, a instituição tem números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 39% no desmatamento em áreas atendidas.(Fonte: Up Comunicações/FOTO: Orlando Jr.)