“Sempre caberá a poucos o sacrifício pela maioria”. Essa é a frase que policiais militares do Grupamento de Manejo de Artefatos Explosivos (Marte) repetem assim que ingressam na tropa especializada. Para eles, o juramento define bem o trabalho e a abnegação exigida a partir de então para atender ocorrências e lidar com perigos letais como bombas e granadas, por exemplo.
O trabalho de alto risco exige intensa capacitação. Criado há dez anos, em 4 de setembro de 2009, tornando-se independente dia 24 de maio de 2011, o Grupo Marte conquistou a simpatia popular logo de cara. É formado por 23 policiais militares, dos quais quatro são especialistas em desarmar bombas. Em 2018, o grupamento atendeu 22 ocorrências com artefatos explosivos na capital e interior do estado.
A emoção um tanto cinematográfica exigiu dos policiais muitas horas de capacitação na Argentina. Para lidar diretamente com a desativação e destruição de explosivos, é preciso fazer o Curso de Técnico Explosivista Policial e, com isso, tornar-se um técnico em Desativação de Artefatos Explosivos (Tedax). A qualificação tem duração de três meses e oferece um treinamento que testa a capacidade física, intelectual e psicológica do policial.
O quarteto antibombas do Marte é composto pelo major Mesquita Feitoza, comandante do grupo; o Tenente Paulo Victor, subcomandante; o Tenente Thiago Mansano e o Cabo Valqueznor Teixeira.
A roupa usada nas missões, e que causa um misto de admiração e curiosidade popular, pesa 40 quilos, segundo o tenente Paulo Victor. O traje antibombas é antifragmentação e protege o policial em caso de explosão. “Por isso sempre orientamos as pessoas a que, se por acaso na rua depararem com artefato explosivo, mantenham distância, pois a distância é a única proteção eficaz contra um explosivo”, afirmou.
De acordo com o subcomandante, quando o grupo chega a um local de ocorrência, realiza um estudo prévio acerca do artefato, quando é analisada toda situação, para que os policiais possam verificar as medidas a serem tomadas.
“É claro que o nosso procedimento visa mitigar os danos da vida, então procuramos fazer um bom isolamento do local, que é o que realmente salvaguarda a vida das pessoas. A partir disso, o único que fica em risco é o operador, que foi treinado para enfrentar essas situações”, informou.
Sobre o perigo de trabalhar com manejo e destruição de artefatos explosivos, o tenente Paulo Victor afirma que, quando se lida com possíveis bombas, sempre há riscos de acidentes, uma vez que o explosivo é uma substancia química feita para ocasionar uma detonação.
“Nas nossas ocorrências na rua, sempre temos um suporte da unidade avançada do Samu (Serviço de Atendimento Médico de Urgência), que acompanha nossa equipe em todas as ocorrências, para o caso de acidente com a equipe ou algum cidadão”, disse.
Artefato suspeito – Os policiais do grupamento Marte alertam a população que, caso encontre algum objeto suspeito em via pública ou até em local privado, com características de explosivo, é necessário ligar imediatamente para o 190. Em seguida, serão acionados policiais militares que fazem o patrulhamento na área.
“Os policiais da área se certificam de que realmente se trata de um objeto suspeito e acionam o grupamento via linha direta. Em ocorrências de rua, normalmente três policiais participam, um operador que usa o traje e dois auxiliares”, informou o major Mesquita Feitoza.