Guaidó pedirá apoio a OEA para organizar novas eleições na Venezuela

Juan Guaidó quer apoio da OEA para eleições/AFP

Juan Guaidó, reconhecido por meia centena de países como presidente interino da Venezuela, pedirá esta semana apoio à OEA para organizar novas eleições no país, disse hoje, segunda-feira (11) o representante do líder opositor ante a organização regional, Gustavo Tarre.

Em sua disputa pelo poder com o mandatário venezuelano Nicolás Maduro, Guaidó solicitará a colaboração da Organização dos Estados Americanos (OEA) para a realização de novas eleições presidenciais por meio de uma carta dirigida ao secretário-geral do bloco hemisférico, Luis Almagro, disse Tarre.

“A observação da OEA é uma garantia. Tem um peso muito grande pelo prestígio moral da organização. Tem além disso a capacidade técnica para nos ajudar a montar um processo transparente”, declarou Tarre a jornalistas após se reunir em Washington com Francisco Guerrero, que dirige a secretaria para fortalecimento da democracia na OEA.

Em sua qualidade de chefe da Assembleia Nacional (Parlamento) eleita em 2015, Guaidó se autoproclamou presidente interino em 23 de janeiro, após considerar que o novo mandato de Maduro, iniciado em 10 de janeiro, é resultado de eleições fraudulentas e portanto “ilegítimo”.

Tarre disse que a realização de novas eleições requer uma “absoluta” garantia de imparcialidade, e que isso requererá tempo.

“Queremos que tudo marche o mais rápido possível, mas em um mês é impossível. Agora não temos nenhum mecanismo eleitoral que funcione porque tudo esteve absolutamente disponível para a fraude. Na Venezuela os eleitores votam mas não elegem, e vamos mudar isso”, afirmou.

Para isto, disse, os membros do novo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) devem surgir de candidaturas da sociedade civil e ser nomeados pelo Parlamento, com todas as garantias constitucionais.

“Tibisay (Lucena, a atual presidente do CNE) pode organizar eleições livres? Não. Vamos substituir Tibisay por uma pessoa que nomeie Guaidó? Não, porque corremos o mesmo risco. Então há um processo para garantir a imparcialidade, e essas coisas levam tempo para serem bem feitas e para que não se repitam as coisas que vivemos até agora”, disse.

Em 10 de janeiro, o Conselho Permanente da OEA decidiu “não reconhecer a legitimidade do período do regime” de Maduro a partir dessa data.

Em sua resolução, chamou à “realização de novas eleições presidenciais com todas as garantias necessárias para um processo livre, justo, transparente e legítimo, em uma data próxima com presença de observadores internacionais”.

Almagro foi uma das primeiras autoridades a reconhecer Guaidó, mas a OEA ainda não se pronunciou sobre o assunto. Em 24 de janeiro, só 16 dos 34 membros ativos do bloco assinaram uma declaração apoiando-o.(Terra/IstoÉ)