Durante dois dias, pacientes das duas unidades de saúde receberam orientações sobre alimentação e controle emocional…
O Complexo Hospitalar Zona Norte que abrange o Hospital e Pronto Socorro Delphina Rinaldi Abdel Aziz e UPA Campos Salles, vinculado à Secretaria de Estado e Saúde (SES), promoveu campanha com o tema ‘Nutrição, Emoções e Sobrepeso’. Ação faz alusão ao Dia Mundial de Combate à Obesidade, comemorado no dia 04 de março.
Na terça-feira (21/03), pacientes do Hospital Delphina Aziz, avenida Torquato Tapajós, bairro Colônia Terra Nova foram abordados por profissionais do Grupo de Trabalho e Humanização (GTH) nas áreas de nutrição e psicologia para alertar sobre o risco de doenças que envolvem problemas relacionados à obesidade. A ação teve como foco, orientações sobre a diferença de fome fisiológica para a fome emocional.
A busca por suprir necessidades psicológicas como tristeza, ansiedade e solidão através da ingestão de alimentos ou a utilização da comida como forma de recompensa. Pensamentos como “trabalhei tanto, hoje, eu mereço!” Ou “estou tão estressada, vou comer algo gostoso’, estão entre os fatores que se classificam como fome emocional.
A psicóloga Amanda Araújo responsável pelas orientações relacionadas a parte emocional do paciente falou da importância dos cuidados não só com o corpo, mas também com a mente. “É interessante fazer essa junção cuidando da mente, cuidando do corpo para que a pessoa tenha um bom rendimento, para que tenha uma boa saúde mental e física, é necessário ficar atento aos processos mentais porque eles também colaboram e são indicativos para o processo de adoecimento, que neste caso, estamos abordando sobre à obesidade”, pontua.
Já no caso da fome fisiológica trata-se da necessidade de comida estimulada pela falta de alimentos e, consequentemente, de energia.
Alguns sinais corporais são bem característicos, geralmente acontecem quando algum tempo já se passou da última refeição.
“ O ronco e a sensação de vazio no estômago, baixa energia corporal, além de tontura e irritabilidade estão entre os sintomas da fome fisiológica. Há uma diferença entre comer no momento de algum sentimento, pode ser ele alegria ou ansiedade, e a fome física, a gente é levado a comer pela necessidade do corpo de você se alimentar”, explica a nutricionista Elizabeth Vasconcelos.
Erivan Tavares,de 54 anos, casado, natural do estado do Pará foi um dos pacientes que participou girando a roleta durante a ação no Hospital Delphina Aziz, comenta o que mais o chamou atenção nas explicações que obteve da equipe de saúde.
“Sempre procuro saber sobre saúde, mas ouvir diretamente de profissionais da área, é mais interessante, as explicações são mais objetivas e corretas. Uma coisa que eu não sabia era que dormir mal podia prejudicar com ganho de peso e outras doenças, e quando girei a roleta e o assunto caiu nesse tema, elas me explicaram que manter um sono regular de pelo menos oito horas contribui com a saúde e ajuda a controlar o peso”, disse o técnico em eletrônica que estava acompanhando sua mãe em uma consulta.
Na manhã desta quarta-feira (22/03), a campanha foi realizada para pacientes atendidos na UPA 24h Campos Salles, avenida Dona Otília, bairro Tarumã. Durante as ações, além da entrega de materiais informativos, os pacientes puderam girar a “roleta do conhecimento” e receberam explicações mais específicas sobre temas como, procurar suprir a tristeza com ingestão de alimentos, o significado de Índice de Massa Corpórea (IMC) e a importância de dormir bem para manter uma boa saúde.
A paciente da UPA Campos Salles, Maria Darcy Sousa, 57, cozinheira, contou o que aprendeu ao participar da ação, e como se sentiu ao saber que o seu IMC está classificado como normal (entre 18,5 e 24,9), segundo o parâmetro adotado pela Organização Mundial de Saúde. “As duas me parabenizaram, a nutricionista e a psicóloga disseram que eu estou bem para minha idade, que estou no peso bom, graças a Deus, com o valor de 24 no cálculo que fizeram”.
Obesidade
O Brasil deverá ter, até 2030, quase 30% de sua população adulta com obesidade, segundo pesquisa realizada pela World Obesity Federation, uma organização internacional voltada para redução, prevenção e tratamento da obesidade.
“Orientar os pacientes e conscientizá-los que a obesidade é considerada uma doença, apontando os fatores que podem desencadear para esse estágio de sobrepeso e mostrar como eles podem melhorar essa situação é primordial para que traga benefícios à saúde” pontua Elizabeth, nutricionista do CHZN.
O atlas 2023 da Federação Mundial da Obesidade prevê que 51% do mundo, ou mais de 4 bilhões de pessoas, serão obesas ou terão sobrepeso nos próximos 12 anos.