A partir de agora, órgãos municipais e empresas prestadoras de serviços públicos na cidade de Manaus vão contar com intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras) para auxiliar as pessoas surdas que buscam atendimento no serviço público na capital do Amazonas.
Por indicação do vereador André Luiz (PTC), o Projeto de Lei do Executivo Municipal que cria a Política de Qualificação do Servidor para Treinamento e Habilitação nas Libras foi sancionado pelo prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, no último dia 22 de outubro. Com isso, as pessoas surdas terão à disposição um profissional capacitado na língua de sinais em todos os setores da administração pública municipal, sempre que houver necessidade.
Cerca de 1500 servidores serão capacitados pela Escola de Serviço Público Municipal e Inclusão Socioeducacional (Espi).
André Luiz afirma que o momento é de muita alegria, uma vez que, com a Lei, os surdos terão acesso à informação de forma facilitada. “Para mim que sou vereador de primeiro mandato ter uma indicação aceita e sancionada pelo prefeito é de uma grande satisfação. Esse projeto é o primeiro em Manaus e no Brasil. Não existe nenhum outro projeto, nem parecido em todo país. E ele vem para beneficiar toda a comunidade surda da nossa cidade”, afirma.
Inclusão social
Para André, a falta de um intérprete que ajude os surdos limita a inclusão social e trás, em alguns casos, até constrangimentos àqueles que precisam de algum atendimento e não são compreendidos porque não há uma pessoa que os entenda. “Eles tem muita dificuldade e só conseguem resolver devido à ajuda de amigos ou quando pagam alguém que tenha o curso de Libras para ajudá-los a se comunicar melhor em locais públicos”, destaca.
Mais facilidade no acesso à informação
Após várias conversas com membros da comunidade surda em Manaus, André Luiz conta que, apesar dos avanços, eles ainda enfrentam barreiras de acessibilidade e têm dificuldades para conseguir realizar atividades cotidianas. “Nosso objetivo com esse projeto é garantir maior inclusão social às pessoas surdas de modo que o serviço público seja de qualidade e atenda a todo cidadão sem distinção”, afirma.
André Luiz ressalta que nos hospitais ou durante o atendimento médico em UBS, os problemas são ainda mais graves. “Às vezes, as palavras do médico são muito técnicas, e isso fica muito confuso. O médico não entende o paciente surdo e o paciente não entende o médico. Daí, a importância de um profissional capacitado para intermediar esse atendimento”, explica.
Números
De acordo com números do último censo do IBGE divulgado em 2010, a iniciativa vai atender a um universo de 80 mil pessoas surdas em Manaus. No Amazonas, esse total chega a 120 mil pessoas de uma população de surdos estimada em 9,8 milhões em todo o país.