Investimentos em prevenção; estrategia do Governo o AM para evitar 3ª onda da Covid-19

FOTO: Rodrigo Santos/SES-AM

A mais nova versão do Plano de Contingência para o enfrentamento à Covid-19 no Amazonas tem na prevenção sua principal estratégia. Identificar e tratar os casos positivos na rede de assistência; monitorar e isolar os contatos para quebrar a cadeia de transmissão do vírus; e evitar internações e mortes; é o que pretendem os gestores estaduais e municipais.

O plano foi apresentado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-AM) nesta quinta-feira (29/04), em Audiência Pública virtual organizada pela Comissão de Saúde, da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), que contou com a participação de representantes de órgãos de controle, da Justiça e do controle social. A Secretaria Municipal de Saúde (Semsa Manaus) também apresentou suas estratégias de enfrentamento à Covid-19.

A nova versão do Plano de Contingência está disponível no site da Fundação de Vigilância em Saúde; e traz o planejamento da secretaria e da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), que visa a preparação da rede de saúde para uma eventual terceira onda da doença. O documento pode ser acessado no link https://www.fvs.am.gov.br/media/publicacao/PLANO_CONTINGENCIA_COVID-19_versao_21_04_21_PRELIMINAR_ttw.pdf

No plano, o trabalho da Atenção Básica integrado com a vigilância em Saúde é essencial.

É um plano que faz uma barreira antes da pressão hospitalar acontecer. Para isso, a testagem com RT-PCR e teste rápido de antígeno vem sendo incentivada. Uma nota técnica conjunta da SES-AM e FVS orienta para que as unidades de saúde estaduais e municipais priorizem os dois exames que identificam o vírus. Na rede estadual, tanto as unidades consideradas portas de entrada – Prontos-Socorros, SPAs, UPAS 24h e maternidades –, quanto dos hospitais e serviços ambulatoriais, os profissionais receberam capacitação para melhorar a coleta de RT-PCR e garantir a inserção das informações no sistema de notificação, para que os casos positivos sejam monitorados e seus contatos testados e isolados.

Em nível municipal, a Prefeitura de Manaus é responsável pelo rastreamento dos contatos, por meio das equipes de atenção básica e estratégia Saúde da Família no território. Além disso, em 20 municípios foi montada uma logística para que a coleta do RT-PCR chegue até ao Laboratório Central (Lacen).

Nos demais municípios, onde a logística não contribui com a estratégia, a nota técnica orienta o uso do teste de antígeno, cujo resultado é imediato.

A estratégia de testagem dos sintomáticos e de seus contatos segue recomendação da Organização Pan-Americana de Saúde, que doou 122 mil testes de antígeno ao Estado. O Governo do Estado abriu licitação para a aquisição de mais 100 mil para ajudar na estratégia.

Plano Assistencial – O planejamento da SES-AM para uma eventual subida de casos considera a taxa de ocupação dos leitos, clínicos e de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e a situação epidemiológica da Covid-19 para tomada de decisão em caso de uma nova explosão de casos. Para cada fase do plano está prevista ampliação de leitos para Covid-19 e toda a cadeia de suprimentos necessária.

“O plano é uma revisão das edições anteriores. A nova versão incorpora as experiências da primeira e segunda onda, incluindo um plano específico de contingência para o oxigênio, a cadeia de suprimentos e a assistência farmacêutica. A expansão e reorganização da rede e o investimento em tecnologia da informação para monitoramento diário dos números da pandemia”, ressaltou o secretário de estado de Saúde, Marcellus Campêlo.

O documento contempla a capacidade instalada planejada para rede estadual de saúde. A SES-AM mantém uma projeção de ampliação de leitos para pacientes com covid-19, em cinco fases, para aprimorar a estruturação da rede de atendimento hospitalar no Estado, considerando a capacidade instalada para garantir assistência à saúde.

Leitos – O plano está na terceira fase, com ototal de 1.882 leitos Covid na capital e no interior, e pode chegar a 3.548 leitos na quinta etapa, sendo 489 de UTI. Para cada fase foi feita a projeção da necessidade de medicamentos, Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), insumos, equipamentos e mobiliários, mão de obra especializada, apoio diagnóstico, exames de imagem e, também, o consumo de oxigênio.

Acompanhamento – Um dos diferenciais desta versão do plano é a inclusão da matriz de riscos com indicadores, com critérios de pontuação, para classificação de risco e monitoramento do cenário epidemiológico; e da capacidade instalada para ativação das fases do Plano de Contingência.

“Os planos anteriormente foram elaborados considerando apenas metodologia do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) e fizemos uma revisão da matriz de risco. Fizemos alguns incrementos na matriz para fortalecer com base na experiência que tivemos na segunda onda. É uma inovação do Amazonas e vamos oficializar a alteração ao Conass, para que sirva de parâmetro para o restante do país”, enfatizou Marcellus Campêlo.

“O plano ainda pode ser modificado e revisado, buscando a contribuição da sociedade civil e dos especialistas. Não é somente do Governo do Estado ou da secretaria. É um plano da sociedade amazonense”, finalizou o secretário.