A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam), através da Policlínica Codajás, atendeu mais de 160 pessoas ontem, segunda-feira (07), no primeiro dia da campanha “Janeiro Roxo”, mobilização mundial que chama a atenção para o combate à hanseníase, de acordo com informação da diretora da unidade de saúde, Shaira Castro do Vale.
“As pessoas aproveitaram a oferta dermatológica e vieram nos procurar. Todos foram acolhidos e os casos suspeitos já foram encaminhados para agendar os exames. Os pacientes que foram atendidos hoje (segunda-feira, 07/01) já serão retirados da fila de espera do Sistema Nacional de Regulação (Sisreg)”.
A campanha, que segue até a próxima sexta-feira (11), iniciou com a oferta de consultas e palestras de médicos dermatologistas da unidade. Os atendimentos não precisam ser agendados e começam a partir das 07h00. A Policlínica Codajás fica localizada na avenida Codajás, 26, Cachoeirinha, zona centro-sul de Manaus. As palestras são gratuitas e abertas à população em geral, sem necessidade de inscrições.
Referência – No período, os casos apontados como suspeitos serão encaminhados para tratamento na Fundação Alfredo da Matta (Fuam), que oferece atendimento regular durante todo o ano, sendo referência da rede estadual de saúde. Segundo dados da Fuam, em 2018, foram notificados 370 casos de hanseníase no Amazonas.
Sintomas – Ao surgimento de sintomas, como manchas pelo corpo, é fundamental que o paciente desconfie e procure atendimento. Pele seca, queda de pelos, falta de suor, perda de sensibilidade, formigamento, perda da força dos músculos das mãos, pés e face, emagrecimento, dor, sensação de choque nos braços e pernas, também são sinais de alerta. A dermatologista Aline Grana ressalta a importância de um diagnóstico precoce e tratamento imediato.
“A hanseníase é uma doença muito prevalente principalmente no interior do Estado do Amazonas, alguns deles evoluindo com deformidades e sem atendimento médico. A nossa campanha vem conscientizar sobre a necessidade da população procurar atendimento quando aparecer alguma lesão suspeita. Se você conhece alguém com sinais da doença, indique que essa pessoa procure atendimento, porque assim nós vamos evitar sequelas”, explicou Grana.
Atendimento especializado – No Amazonas, o tratamento da Hanseníase tem como porta de entrada a rede básica do Sistema Único de Saúde (SUS). Os testes para diagnóstico são feitos nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e após o exame e diagnóstico, o tratamento e acompanhamento pode ser feito nas próprias unidades de saúde do município, assim como na Fuam.
Hanseníase no País – Segundo a Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH), o Brasil é o segundo país com maior número de registros da doença, atrás apenas da Índia. A hanseníase é uma doença infectocontagiosa crônica, e a transmissão acontece por meio das vias respiratórias, tosse ou espirros emitidos por uma pessoa contaminada e por contato prolongado. Não se transmite a hanseníase por meio de copos, pratos, talheres, apertos de mão, abraço, beijo, aleitamento materno, doação de sangue, picada de inseto, relação sexual ou gravidez. Atualmente, não há necessidade de isolamento dos indivíduos acometidos pela doença.